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Lutas pela autonomia, sonhos de revolução: uma história da participação negra na Guerrilha do Araguaia (1972-1974)

Luiz, Janailson Macêdo

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2023-02-10

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Lutas pela autonomia, sonhos de revolução: uma história da participação negra na Guerrilha do Araguaia (1972-1974)
  • Autor: Luiz, Janailson Macêdo
  • Orientador: Machado, Maria Helena Pereira Toledo
  • Assuntos: Amazônia Oriental; Regime Militar; Negros; Terror De Estado; Guerrilha Do Araguaia; Eastern Amazon; Blacks; Araguaia'S Guerilla; State Terror; Military Regime
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: No início da década de 1970, eclodiu, na Amazônia brasileira, um dos conflitos mais marcantes da história do regime militar (1964-1985). A Guerrilha do Araguaia (1972-1974) contrapôs guerrilheiros integrantes do Partido Comunista do Brasil (PC do B), então na clandestinidade, e as Forças Armadas; e teve grande impacto junto aos moradores da confluência dos estados do Pará, do Maranhão e do atual Tocantins. A partir do final dos anos 1960, essa localidade recebeu milhares de migrantes, muitos dos quais negros, que chegavam à Amazônia Oriental buscando o acesso à terra e à autonomia. A Guerrilha do Araguaia foi um evento marcado pelo Terror de Estado praticado pelos militares, que sitiaram a área e infringiram inúmeras violências contra os moradores, entre os quais, muitos camponeses e indígenas. Também ficou conhecida pelas graves violações aos direitos humanos exercidas pelos militares, como política de Estado, diante dos moradores e dos guerrilheiros. Esta tese problematizou a participação negra naquele evento, a partir da observação de experiências vivenciadas por guerrilheiros, pelos camponeses e pelos militares. Partiu-se da compreensão de que existe uma sub-representação das experiências de mulheres e homens negros no contexto do regime militar brasileiro, seja na historiografia, seja no debate público. Foram utilizadas fontes diversas, a partir do entrecruzamento da literatura sobre o tema com documentos produzidos pelo próprio PC do B e pelos guerrilheiros; assim como o cruzamento com outras fontes: entrevistas de história oral, literatura de testemunho, documentários, jornais, entre outras. Inicialmente, realizou-se uma historicização da presença negra na Fronteira Araguaia-Tocantins. Em seguida, abordou-se a história da participação negra nas mobilizações comunistas no país e buscou-se entender como se deu essa participação no PC do B nos anos anteriores à Guerrilha. Embora o PC do B apresentasse uma centralidade na discussão sobre a classe e não contasse com pessoas negras nos níveis mais altos da estrutura partidária, diversas mulheres e homens negros tiveram destaque e apresentaram protagonismo entre seus quadros naquele período, principalmente entre o conjunto de guerrilheiros. Mulheres e homens negros integrantes da Guerrilha estão, até hoje, entre os mais recordados pelos moradores, assim como na literatura e produções audiovisuais que tomaram a Guerrilha do Araguaia como objeto. Por vezes, esses personagens foram representados por um viés de heroicização ou, em sentido inverso, acabaram alvo de estratégias negacionistas, que buscaram atenuar ou provocar o esquecimento dos crimes cometidos pela ditadura. No Araguaia, alguns dos guerrilheiros abordados mantiveram aproximação com adeptos de religiões de matriz africana, praticantes do terecô, religião que chegou ao local por intermédio dos migrantes maranhenses. Os terecozeiros realizaram diálogos políticos com os guerrilheiros e também foram alvo das violências praticadas pelos militares contra a população, tendo também sua religião desrespeitada. Mulheres e homens negros estiveram entre os guerrilheiros e a população afetada pelo conflito, a partir de posições diversas. Alguns aturam como guias colaboradores dos militares ou como soldados de baixa patente. Muitos foram alvo de torturas e outras atrocidades, quer por ousarem integrar um projeto revolucionário, quer por estarem diante da face mais explícita do Estado autoritário.
  • DOI: 10.11606/T.8.2023.tde-15082023-113015
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2023-02-10
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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