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A educação e a busca por um laudo que diga quem és

Fanizzi, Caroline

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação 2017-12-07

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    A educação e a busca por um laudo que diga quem és
  • Autor: Fanizzi, Caroline
  • Orientador: Lajonquière, Leandro de
  • Assuntos: Discurso (Psico)Pedagógico; Educação; Laudos; Medicalização; (Psycho)Pedagogical Discourse; Education; Medicalization; Report
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: A educação, como laço discursivo, constitui-se a partir de discursos que guiam, de maneira geral, seus saberes e práticas. Destacamos aqui, como hegemônicos, o discurso (psico)pedagógico (Lajonquière, 1997; 1998a; 1998b; 1998c; 1999), discurso que professa saberes e crenças acerca da educação profundamente atravessados por conhecimentos e ilusões da psicologia, e aquele nomeado por autoras como Moysés e Collares (1994; 1997; 2013) discurso medicalizante. Destes discursos decorrem inúmeras implicações ao educador, ao sujeito aprendiz e àquilo que se passa no ato educativo. O pedagogo ou professor dá um passo para trás e cede espaço a alguém que fala como especialista: detentores de saberes médicos e psi, autorizados a discorrer acerca da normalidade ou anormalidade de determinados comportamentos do sujeito-aluno. Profundamente enraizados em saberes científicos, estes discursos carregam em si marcas e características que podem ser entendidas como estruturais ao que compreendemos por ciência. Dentre elas, destaca-se a intenção de situar na ordem do controlável, mensurável, previsível seu objeto de estudo; ou, neste caso, seu sujeito-objeto (Imbert, 2001). Identificados estes sujeitos, a educação teria meios para intervir da maneira mais ajustada e adequada possível à demanda daqueles que aprendem, podendo assim controlar os resultados destas intervenções. Para isso, além de conhecimentos que fundamentam as práticas educativas, a pedagogia, pautada em saberes advindos da psicologia e da medicina, fornece à educação instrumentos testes, métodos, avaliações, laudos para auxiliar neste reconhecimento e mapeamento dos sujeitos. Imersa nestes discursos que caminham no sentido de uma normatização dos sujeitos, a educação, bem como os educadores, torna-se instituição reguladora do desenvolvimento normal, ideal. Como era de se esperar, do caos das singularidades emergem alunos que se deslocam em sentido contrário àquele esperado ao desenvolvimento normal e não se ajustam ao previsto. Diante destes alunos desviantes surge a necessidade de que sejam encaminhados a especialistas capazes de dar as respostas que a eles faltam. No retorno à escola, o sujeito carrega consigo algo que, aos olhos do discurso (psico)pedagógico e medicalizante, é capaz de dizer com precisão quem é este sujeito e de que se trata aquilo que surge como desviante: o laudo. Diante disso, busca-se aqui uma reflexão acerca das implicações que o conjunto de saberes, instrumentos e ilusões veiculadas por estes discursos acarretam ao professor, ao sujeito aprendiz e ao ato educativo.
  • DOI: 10.11606/D.48.2018.tde-15022018-104643
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2017-12-07
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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