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Do universal da maternagem ao singular da função materna

Michele Kamers Leandro de Lajonquière

2005

Localização: FE - Faculdade de Educação    (37.046 K89d )(Acessar)

  • Título:
    Do universal da maternagem ao singular da função materna
  • Autor: Michele Kamers
  • Leandro de Lajonquière
  • Assuntos: ESTRUTURALISMO; PSICOLOGIA EDUCACIONAL; FAMÍLIA (ESTRUTURA); MODERNIDADE; PSICOLOGIA APLICADA (EDUCAÇÃO); RELAÇÕES MÃE-CRIANÇA; MÃES (PSICOLOGIA EDUCAÇÃO)
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Este trabalho consiste numa investigação teórica que visa discutir as condições estruturais que permitem ao outro encarnar a função materna. Para tanto, diferencia os conceitos de maternagem e função materna desde a psicanálise lacaniana, propondo que a função materna implica numa dimensão de maternagem, relativa aos cuidados corporais com a criança, mas não pode ser resumida a esta. Partimos do pressuposto de que a função materna para ser exercida depende de um lugar privilegiado dado pelo outro à criança, na posição de Outro Primordial, implicando, desse modo, em condições estruturais. A fim de discutir a presente questão, investigamos o novo lugar assumido pela criança a partir da modernidade, assim como o novo imaginário discursivo colocado sobre o lugar dos pais em relação à criança, na qual à mãe caberia a vida afetiva com a mesma e ao pai a imposição de uma lei capaz de arrancar a criança dos excessos matemos. Trata-se de uma lógica iluminista, fundada a partir dos preceitos de Rousseau e que coloca a maternidade como uma condição natural da mulher. Ao revisar a literatura sobre o assunto, deparamo-nos com uma espécie de vulgarização do conceito de função materna que é pensado como sendo realizado por qualquer um, desde que alguém compareça. Nesse sentido, o conceito de função é pensado no ) sentido funcionalista do termo, sustentando o pressuposto de que haveria capacidades psicomaturacionais da criança que deveriam ser estimuladas, portanto, colocadas em
    funcionamento. Lógica presente no discurso atual, e que consiste na idéia de que haveria uma adequação natural entre a posição do adulto, diga-se, uma função, e as capacidades da criança. Entretanto, o conceito de função é relativo à noção de estrutura e Lacan utiliza-se do mesmo no sentido estruturalista. Para essa reflexão investigamos o movimento estruturalista e o modo como Lacan se apropria do mesmo, discutindo os conceitos de estrutura e de função, propondo uma reflexão acerca da temporalidade e atemporalidade da estrutura. Ao se levar em conta que a estrutura não está fora da dimensão da linguagem, propõe a hipótese de que a estrutura está suscetível aos efeitos da arbitrariedade da história, mesmo que as mudanças sincrônicas decorrentes sejam impossíveis de previsão. Assim, o que é atemporal é a lei que permite a sistematização da estrutura, e não a estrutura em si mesma, já que a alteração da posição de ) qualquer elemento produz alterações em todo sistema. A partir desta discussão, definimos a estrutura familiar enquanto lugares vazios inscritos no discurso e ordenados a partir da lei do interdito do incesto, portanto, pertencentes ao domínio do simbólico, mas que devem necessariamente ser encarnados imaginariamente por um outro semelhante. Nesse sentido, o conceito de função consiste no modo como opera a relação entre os elementos da estrutura, que se dá privilegiadamente via diferença. Se a função é um lugar vazio inscrito no
    discurso, deste modo, uma dimensão universal, o modo como ela será encarnada pertence ao domínio do singular. O materno e o paterno consistem na dimensão imaginária da encarnação da função. Nesse sentido, estritamente falando não há funções, mas, uma única: a função simbólica, que ao nomear um elemento da estrutura, denomina todos os outros
  • Data de criação/publicação: 2005
  • Formato: 181 p.
  • Idioma: Português

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