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Reconstituição paleoambiental de fácies lagunares com base em foraminíferos: o nível do mar no Quaternário Superior na área de Cabo Frio, RJ

Barbosa, Catia Fernandes

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências 1997-08-08

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Reconstituição paleoambiental de fácies lagunares com base em foraminíferos: o nível do mar no Quaternário Superior na área de Cabo Frio, RJ
  • Autor: Barbosa, Catia Fernandes
  • Orientador: Suguio, Kenitiro
  • Assuntos: Paleontologia; Not Available
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Dezesseis biofáceis de foraminíferos e tecamebas em cinco bordas lagunares (Araruama, Saquarema e lagoas Vermelha, Brejo do Espinho e Jacarepiá), sob regime de salinidade diferenciados, caracterizam zonas sazonalmente distintas, ao longo de 11 seções de verão (65 estações) e 10 seções de inverno (64 estações), na superfície atual das praias lagunares. Estas biofácies permitem o reconhecimento em subsuperfície de paleoambientes deposicionais e paleoníveis marinhos, com resolução variando em função de cada amplitude vertical e melhor potencial de preservação das espécies que as determinam. Para a laguna de Araruama são definidas cinco biofácies, com pequena variação sazonal e baixa resolução, devido a grande amplitude de batimetria em que ocorrem. Para as lagoas Vermelha e Brejo do Espinho são determinadas quatro biofácies de verão e três de inverno, com menores amplitudes e melhores potenciais de preservação. Para a laguna de Saquarema e lagoa de Jacarepiá são definidas três biofácies de foraminíferos e uma de tecamebas, sem variação sazonal aparente. Seis biofácies marcam as zonas batimétricas supramaré, intermaré e submaré, sendo reconhecidas ao longo de três testemunhos. Uma das biofáceis definidas para a zona pós-praia lagunar, ou supramaré, e que apresenta a menor amplitude vertical de ocorrência (10 cm) dentre as biofácies registradas nos testemunhos, é caracterizada por Discorinopsis aquayoi e Agglutinella martiniiana, apesar do baixo potencial de preservação. As biofácies, analisadas em conjunto com a associação de litofácies, datações pelo método do radiocarbono e dados geoquímicos e isotrópicos dos testemunhos indicam para o Quaternário Superior da área de Cabo Frio no Rio de Janeiro, um paleoambiente perimaré, progressivamente mais raso, marcado por deposição carbonática e siliciclástica variável, e datum de referência litofacilógico (paleossolo, níveis de conchas e crostas carbonáticas ) com idades ) variando de 7.170\'+OU-\'110 anos A.P. a 760\'+OU-\'80 anos A.P. Permitem o reconhecimento de cinco fases evolutivas, às quais estão intimamente relacionadas às flutuações do nível relativo do mar. Fase I - Idades de 6530\'+OU-\'100 anos A.P. a 7170\'+OU-\'110 anos A.P., deposição siliciclástica arenosa, espécimens de Ammonia spp. Cribroelphidium excavatum f. selseyensis e conchas de Anomalocardia brasiliensis, \'delta POT.18\'O e \'delta POT.13\'C muito negativos, indicando uma laguna ampla, com comunicação oceânica, mas com presença de ilha ou ilhas barreiras à frente. Fase II - Idades de 5790\'+OU-\'90 anos A.P., 5180\'+OU-\'70 anos A.P. e 4320\'+OU-\'100 anos A.P. A laguna se instala definitivamente, com diminuição na energia do meio físico, anóxico, marcada por Ammonia spp., Criboelphidium spp e Bolivina spp. Deposição siliciclástica variável com lama orgânica e menor índice de sedimentação. Discontinuidade erosiva marca a transgressão do Holoceno (com ápice a 5180 anos A.P.) indicada por Globocassidulina subglobosa, Brizalina sp. A, Abditodentrix rhomboidalis e Bolivina sliteri subsp. asperoides. Fase III - individualização das lagunas intercordão, deposição siliciclástica variável na base passando a carbonato variável no topo. A associação de fácies perimaré com nódulos carbonáticos e paleossolo (2340\'+OU-\'90 anos A.P.). Tendência regressiva marcada pela passagem de fácies submaré para intermaré e pelas espécies P. lecalvezae, Affinetrina sommeri, D. aquayoi e Massilina protea; o \'delta POT.13\'C indica maior continentalidade e queda do nível do mar. A bacia lagunar, antes de seu fechamento definitivo, foi invadida por águas muito frias a 2400\'+OU-\'50 anos A. P. provenientes da corrente de ressurgência adjacente, registrada pela presença de Buccela frigida e Milionella antarctica. Fase IV - Litofácies carbonáticas de ambiente perimaré raso, com tapetes algálicos, grada de biofáceis intermaré e supramaré na ) base para submaré no topo; precipitados de anidrita e \'delta POT.18\'O ilustram paleotemperatura média superior a \'20 GRAUS\'C. Os foraminíferos correspondem a Agglutinella martiniiana, D. aquayoi, Varidentella sp. A, Quinquelocullina dilatata, P. lecalvezae e Q. patagonica. T. lutea marca a base desta fase mais quente e tubos (pipe) de dissolução seguidos por laminação escurecida sugerem momento de cheia na laguna em direção ao topo. Fase V - lama orgânica carbonática, bioturbada, marcada por P. lecalvezae e A. beccarii f. tepida, Q. patagonica, A. sommeri e B. variabilis, salinidades acima da marinha normal, eventuais entrada de águas marinhas e baixos teores de oxigênio dissolvido. A análise dos testemunhos, em associação com as biofácies, permite a construção de três curvas de variação do nível relativo do mar, comparáveis entre si e com a curva de Martin et al. 1979, facilitando o cálculo do índice de sedimentação e índice de variação do nível relativo do mar para o Holoceno. Estas curvas evidenciam dois períodos de estabilidade ou subida o nível do mar (stillstand ou highstand) e mostram para os últimos centímetros do registro, uma inversão na tendência regressiva observada no Holoceno Superior.
  • DOI: 10.11606/T.44.2016.tde-05012016-155649
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências
  • Data de criação/publicação: 1997-08-08
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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