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Contribuição ao melhoramento do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) visando aumentar a quantidade e melhorar a qualidade da proteína

Tulmann Neto, Augusto

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 1975-11-24

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  • Title:
    Contribuição ao melhoramento do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) visando aumentar a quantidade e melhorar a qualidade da proteína
  • Author: Tulmann Neto, Augusto
  • Supervisor: Ando, Akihiko
  • Subjects: Feijão; Melhoramento Genético Vegetal; Qualidade; Teor De Proteínas
  • Notes: Tese (Doutorado) -- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
    Tese (Doutorado)
  • Description: O presente trabalho objetivou oferecer uma contribuição ao melhoramento do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) visando aumentar a quantidade e melhorar a qualidade da proteína. Para isto, foram realizados vários experimentos que embora de natureza distinta, foram dirigidos para o objetivo fixado. A partir destes experimentos e dos resultados citados por outros autores, as seguintes conclusões podem ser apresentadas: 7.1. Através de ensaio realizado para se determinar a influência da competição entre plantas na produção e teor de proteína da semente de feijão, concluiu-se que a produção média por planta foi tanto maior quanto maior a falta de competição entre as plantas vizinhas. A porcentagem de proteína da semente foi a mesma, independentemente da situação de competição entre as plantas. Estes resultados sugerem que devem ser tomados certos cuidados quando se pretende fazer a seleção para alta produção em feijão, se existirem falhas próximas às plantas selecionadas. Aparentemente, estes cuidados seriam menores no caso de seleção para teor de proteína, embora outras metodologias devam ser utilizadas neste mesmo tipo de estudo, antes que extremas generalizações sejam efetuadas. 7.2. Experimentos para a determinação da influência da posição da vagem na planta sobre o teor de proteína da semente, realizados com variedades de hábito de crescimento distintos, indicaram que o teor de proteína da semente independia da posição que a vagem ocupava na planta. Devido ao número restrito de variedades utilizadas, sugere-se que estudos incluam maior número de materiais, especialmente de hábito de crescimento indeterminado com grande número de internódios, em que outros autores concluíram pela existência de tal influência. Para variedades de crescimento determinado, os resultados desta e de outros trabalhos sugerem que vagens de qualquer posição da ·planta podem ser utilizadas para representar o teor de proteína da semente. Mas recomenda-se que sementes provenientes de várias vagens de uma mesma posição, sejam utilizadas para a análise. 7.3. O estudo para determinar a possível influência da posição da semente na vagem sobre o teor de proteína revelou que o teor de proteína da semente foi o mesmo, independentemente da posição que a semente ocupava na vagem. Como em tal estudo utilizaram-se apenas vagens que continham o mesmo número de sementes, sugere-se que mais pesquisas sejam efetuadas comparando-se o teor de proteína de vagens com diferentes números de sementes. 7.4. Oito variedades de feijão de interesse ao melhoramento no Estado de são Paulo foram estudadas sob o aspecto proteico. Os resultados indicaram diferenças entre algumas variedades quanto à produção de sementes, porcentagem de proteína e produção de proteína. A análise revelou que as variedades apresentaram teores semelhantes nos 17 aminoácidos analisados, observando-se para todas as variedades, um baixo teor de metionina. A correlação entre produção de sementes e teor de proteína foi negativa, mas não significativa o que indica a possibilidade de se obterem linhas com alta produção e teor médio de proteína maior que o atual, para estas variedades. Sugere-se que além de se tentar aumentar o teor de metionina, a seleção poderia ser feita no sentido de se aumentar o teor de outros aminoácidos essenciais como a lisina. Isto devido ao fato que no Brasil, é alto o consumo de feijão com arroz, sendo este último deficiente em lisina. As correlações positivas entre sete aminoácidos essenciais, obtidas neste e em outros trabalhos, sugerem que a seleção pode ser feita para um aminoácido específico, sem que ocorra a diminuição correspondente em outro aminoácido. 7.5. Foi realizado um experimento para se determinar a contribuição dos diferentes componentes (tegumento, embrião e cotilédones) para o teor de proteína da semente de feijão. Apesar de apenas oito variedades serem incluídas, concluiu-se pela existência de diferenças significativas entre algumas delas no que se refere à contribuição em peso dos componentes para o peso total da semente, teor de proteína dos componentes e contribuição dos componentes para o teor de proteína da semente. Concluiu-se também, que apesar do embrião ser o componente da semente com o mais alto teor de proteína, devido à sua baixa contribuição para o peso total da semente, ele contribui com baixo teor para o total de proteína da semente. O mesmo ocorreu com o tegumento que apresenta um baixo teor de proteína e baixa contribuição para o peso da semente. Deste modo, os cotilédones, com um teor de proteína mais baixo que o embrião, mas devido à sua alta contribuição para o peso da semente, contribuem com a maior parte para o teor de proteína da semente. Apesar disto, sugere-se que o aumento do tamanho do embrião e a diminuição relativa do tegumento podem ser explorados para favorecer a elevação do teor médio de proteína da semente. 7.6. Através do experimento para se determinar o teor de proteína intra-varietal, observou-se que certas variedades apresentaram variabilidades fenotípicas maiores do que outras. Entretanto, a herdabilidade no sentido amplo, calculada para cinco variedades, geralmente foi baixa. Concluiu-se que eram elevados os componentes ambientais que faziam parte das variabilidades fenotípicas anteriormente determinadas. Este fato limitaria a seleção de plantas com alto teor de proteína dentro das variedades estudadas. Porém, apesar destas restrições devido a certas vantagens que o método apresenta, sugere-se o seu emprego, principalmente nos casos onde a herdabilidade foi maior. O fato de a maioria das variedades em cultivo no país apresentarem visível mistura de genótipos, também indica que, paralelamente à utilização de outros métodos, deve ser tentada a seleção dentro da população a ser melhorada para teor de proteína. Qualquer que seja o método a ser adotado, os resultados demonstraram que, sendo grande a influência do ambiente no teor de proteína, o melhoramento visando aumentar o teor de proteína será dificultado por este fator. 7.7. A avaliação de diferentes germoplasmas de feijão, que incluíram parte da Coleção de Uberaba e parte da Colação de Lamprecht, revelou a existência de teores de proteína que variaram de 19,0 a 34,0%. Estes diferentes germoplasmas apresentaram linhas com teores de proteína maiores que as variedades normalmente cultivadas no Estado de São Paulo. Sugere-se que estes germoplasmas possam ser utilizados em programa de cruzamento com tais variedades. E sugerida também a necessidade de se avaliar um maior número de materiais existentes nó Brasil, não só para teor de proteína mas para qualidade de aminoácidos. 7.8. A avaliação de oito variedades de feijão através de ensaio biológico com ratos revelou a existência de diferenças quanto ao coeficiente de utilização proteica. Foram sugeridas algumas hipóteses para a explicação destas diferenças baseadas em uma possível diferença no teor de cistina ou de digestibilidade de proteína. As correlações entre os coeficientes de utilização proteica e o total de 17 aminoácidos ou o total de sete aminoácidos essenciais, foram positivas, porém não significativas. Sugere-se que estes ensaios biológicos sejam realizados com maior número de variedades e que se procure identificar exatamente as causas das diferenças encontradas, que podem servir de elementos valiosos quando se objetiva elevar o valor nutritivo do feijão. 7.9. Ao longo do trabalho, procurou-se destacar a grande importância do feijão para a alimentação do povo brasileiro, devido ao seu preço relativamente baixo e ao elevado valor nutritivo. Concluiu-se que mesmo respeitando-se as demais prioridades da cultura, esforços devem ser empregados para se tentar elevar ainda mais este valor nutritivo, apesar da complexidade envolvida. Algumas sugestões foram feitas neste sentido e reconheceu-se que o aumento no valor nutritivo em feijão só poderá ter êxito se uma equipe de diferentes especialistas reunirem seus esforços visando tal objetivo
  • DOI: 10.11606/T.11.2020.tde-20200111-120751
  • Publisher: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Creation Date: 1975-11-24
  • Format: Adobe PDF
  • Language: Portuguese

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