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Interferência exercida pela administração da lectina KM+ no curso da listeriose experimental

Marina Cavalcanti de Albuquerque da Veiga Conrado Maria Cristina Roque Barreira

2007

Localização: FMRP - Fac. Medicina de Ribeirão Preto    (Conrado, Marina C. de A. da V. )(Acessar)

  • Título:
    Interferência exercida pela administração da lectina KM+ no curso da listeriose experimental
  • Autor: Marina Cavalcanti de Albuquerque da Veiga Conrado
  • Maria Cristina Roque Barreira
  • Assuntos: LISTERIA (EXPERIMENTAÇÃO); LECTINAS (ADMINISTRAÇÃO); IMUNIDADE NATURAL
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Listeria monocytogenes, bactéria gram-positiva causadora da listeriose, é um patógeno intracelular facultativo que sobrevive e se multiplica no interior de macrófagos e de várias outras células não fagocíticas. Seu ciclo de vida intracelular envolve escape do vacúolo fagocítico, rápida multiplicação, indução de motilidade e direcionada para as células vizinhas, reiniciando, assim, um novo ciclo de vida. A resposta imune inata é essencial para o combate à listeriose, envolvendo uma rede complexa da qual participam citocinas, mecanismos efetores bactericidas e múltiplos tipos celulares, incluindo neutrófilos, macrófagos e células NK (PORTNOY, 1992; UNANUE, 1997). A produção precoce das citocinas IFN-'gana' por células NK e TNF-a., associada a ativação dos macrófagos, são fatores essenciais para a resistência do hospedeiro à infecção por L. onocytogenes (PAMER, 2004; MIELKE et al,1997). Nosso grupo de pesquisa verificou que a administração da lectina KM+ é capaz de recrutar neutrófilos, ativar macrófagos e induzir a produção de IL-12, permitindo a potencialização da resposta imune inata e o desenvolvimento de uma resposta Th1, fundamental para eficiente eliminação de patógenos intracelulares. Tal atividade imunomoduladora da lectina KM+ é capaz de conferir proteção contra infecções por , Leishmania major e P. brasiliensis. Temos ampliado o espectro de modelos de doenças infecciosas estudadas sob influência da administração de KM+. A escolha da infecção
    murina por L. monocytogenes justifica-se pelo fato de causar uma doença de curso agudo, adequada para bem avaliar o efeito de KM+ sobre o componente inato da resposta imunitária. Acrescente-se a isso o acúmulo de conhecimento, disponível na literatura, sobre os eventos que participam de processo de infecção por L. monocytogenes e dos mecanismos de defesa desencadeados no hospedeiro. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito exercido pela lectina KM+ na imunidade inata utilizando á infecção por Listeria monocytogenes como modelo experimental. Para tanto, camundongos BALB/c foram pré-tratados com KM+ (3 doses i.v. de O,5µg de KM+) e desafiados com '10 POT. 7' Listeria monocytogenes. O curso da infecção foi avaliado através de ensaio de sobrevivência dos animais, recuperação bacteriana (UFC), quadro anátomo-patológico, ocorrência de apoptose e detecção de citocinas no fígado e no baço desses animais. A administração da lectina KM+ reverteu o quadro de 100% de mortalidade causada pela infecção com Listeria monocytogenes, proporcionando sobrevivência de todos os animais tratados. Além disso, o tratamento com a lectina associou-se a menor recuperação bacteriana, principalmente no terceiro dia de infecção, quando o número de colônias recuperadas do fígado e baço dos animais tratados foi quase 10 vezes menor do que o proporcionado por animais somente desafiados. Alterações hepáticas foram
    detectadas em ambos os grupos. No entanto, animais tratados com a lectina KM+ apresentaram, no primeiro dia de infecção, abscessos melhor delimitados e, no terceiro dia, desenvolveram apoptose (TUNEL positivo) no centro dos abcessos. Nos animais apenas infectados foram visualizados abscessos mais frouxos e extensos, com células apoptóticas nas áreas periféricas da lesão. No tecido esplênico de animais de ambos os grupos, foi detectada desorganização da arquitetura do baço, associada à presença de histiócitos sinusiais. Entretanto, essas áreas de desorganização foram encontradas precocemente nos animais tratados com a lectina - já no primeiro dia de infecção - enquanto que os animais apenas infectados só desenvolveram essa desorganização morfológica no terceiro dia. As análises de FACs revelaram apoptose de células esplênicas, mais intensa nos camundongos tratados com a lectina KM+, fato coerente com dados de literatura que demonstram que, na listeriose, o hospedeiro é beneficiado pela ocorrência precoce de apoptose de células T esplênicas. A comparação do perfil de citocinas produzidas revelou que animais pré-tratados com KM+ produziram o dobro de IL-l2 no tecido esplênico, no segundo dia de infecção, do que os camundongos apenas infectados. Foram detectados também níveis mais elevados de IFN-'gama' no tecido hepático, nos dias 1 e 2 pós infecção. Verificou-se, ainda, que os camundongos pré-tratados apresentaram níveis mais altos
    de IL-10 no tecido esplênico, no primeiro dia de infecção. Em contrapartida, no tecido hepático, principal alvo da infecção, os níveis de IL-10 foram inferiores aos detectados nos animais apenas infectados, no quarto e quinto dia de infecção. Quanto à produção de citocinas in vitro, verificou-se que macrófagos ou células esplênicas, provenientes de animais tratados com a lectina, produziram, em relação as células provenientes de animais não tratados, níveis mais altos de TNF-'alfa', IFN-'gama' e nitrito, quando cultivadas na presença de antígenos de Listeria associados a IFN-'gama'. Esse conjunto de observações indica que a administração da lectina KM+ interfere de maneira positiva na resolução da infecção por Listeria monocytogenes através da potencialização da resposta imune inata e da imunomodulação proporcionada pelo aumento na produção de citocinas chaves para a defesa contra a listeriose
  • Data de criação/publicação: 2007
  • Formato: 116 p.
  • Idioma: Português

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