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A teoria das classes sociais no marxismo: um estudo comparativo das abordagens de Nicos Poulantzas e Erik Olin Wright

Azevedo, Mateus Moretti Gomes De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2022-12-12

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    A teoria das classes sociais no marxismo: um estudo comparativo das abordagens de Nicos Poulantzas e Erik Olin Wright
  • Autor: Azevedo, Mateus Moretti Gomes De
  • Orientador: Marcelino, Paula Regina Pereira
  • Assuntos: Teoria Das Classes; Nicos Poulantzas; Erik Olin Wright; Luta De Classes; Marxismo; Marxism; Class Theory; Class Struggle
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: O presente trabalho é uma análise comparativa das abordagens de classes de Nicos Poulantzas e Erik Olin Wright com o objetivo de avaliar quais aspectos específicos, conceitos e métodos mobilizados por cada autor possuem mais relevância e consistência no tratamento de dois temas que envolvem o postulado da luta de classes como motor da história, apresentado no programa de pesquisa marxista do sociólogo norte-americano Michael Burawoy. Os dois temas são: i) as classes sociais na reprodução e na transição dos modos de produção e ii) as soluções específicas elaboradas por Poulantzas e Wright para o \"problema das classes médias\". O primeiro deles se relaciona diretamente com o postulado da luta de classes como motor da história na medida em que incide diretamente sobre o papel específico das classes sociais nos momentos de transição. Já o \"problema das classes médias\" faz referência à expansão de conjuntos de assalariados interpostos entre a burguesia e a classe operária, o fenômeno histórico que caracteriza uma das mais importantes anomalias (refutação) dirigida à teoria das classes sociais marxista e, consequentemente ao postulado da luta de classes como motor da história. A principal conclusão de nossa dissertação é que Wright, ao se apropriar da problemática da estratificação social em sua teoria de classes, acaba se afastando do postulado central do marxismo que é aquele da luta de classes como motor da história. Isso ocorre na medida em que Wright abandona o caráter relacional da constituição das classes sociais -- ou seja, a ideia de que as classes se constituem através da contradição de interesses determinados pela sua posição na divisão social do trabalho -- e, concomitantemente, abandona as ideias de polarização e de conflito político transformador, contidas na base da teoria de classe marxista. Isso ocorre, por duas razões principais: i) Wright define as classes sociais em função de relações de exploração que se dão em torno de ativos produtivos. No capitalismo, os ativos produtivos principais seriam os meios de produção, os ativos de organização e os ativos de qualificação. Wright até consegue explicar de modo satisfatório como se dá a relação de exploração em relação aos meios de produção e ativos de organização. Contudo, o autor possui dificuldades em esclarecer como a exploração se dá em torno das qualificações, o que o faz ceder à teoria da estratificação quebrando o caráter relacional da sua teoria de classes; ii) ao operacionalizar seu mapa de classes, preenche as localizações de classe com categorias profissionais o que transforma basicamente toda a sua teoria das classes sociais em uma teoria da estratificação, enquanto hierarquia linear de estratos contínuos. Esses elementos nos levaram a caracterizar o elemento da transição e o conceito de exploração em torno de ativos de qualificação, na teoria de classes de Wright, segundo Burawoy, como menos progressivos, isto é, um elemento que rompe, de certa, maneira com o postulado central da luta de classes como motor da história, cedendo a explicação a um programa de pesquisas rival. Diferentemente, a abordagem de Poulantzas pode ser caracterizada como mais progressiva, na medida em que sua construção das classes como efeito global das estruturas (econômica, política e ideológica) se mantém fiel ao postulado da luta de classes como motor da história. Isso acontece porque Poulantzas entende e incorpora à sua teoria o caráter relacional de constituição das classes. Isso se percebe, principalmente, em sua solução ao problema das classes médias no capitalismo, nos pares em oposição da determinação da nova pequena burguesia e da classe operária: trabalho improdutivo/ (determinação econômica), trabalho de supervisão/não-supervisão (determinação política) e trabalho intelectual/manual. Ademais, acreditamos que Poulantzas aponta caminhos para fortalecer o postulado da luta de classes como motor da história através da sua teoria da transição, na qual o autor defende a tese da luta política de classes visando o poder do Estado como motor da história.
  • DOI: 10.11606/D.8.2022.tde-14072023-161435
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2022-12-12
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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