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A Prosopopeia (1601) de Bento Teixeira: exemplar de um subgênero nos séculos XVI e XVII

Nascimento, Ana Paula Gomes Do

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2022-04-07

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    A Prosopopeia (1601) de Bento Teixeira: exemplar de um subgênero nos séculos XVI e XVII
  • Autor: Nascimento, Ana Paula Gomes Do
  • Orientador: Muhana, Adma Fadul
  • Assuntos: Progymnasma; Prosopopeia; Subgênero; Progymnasma; Sub-Genre
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O objetivo deste trabalho é demonstrar a hipótese de que, entre os séculos XVI e XVII, a prosopopeia teve configuração de um subgênero, e o estudo centra-se em uma obra específica, a Prosopopeia (Lisboa, 1601) de Bento Teixeira. Demonstra-se que o progymnasma denominado prosopopeia se autonomiza no período indicado e, com isso, passa a funcionar como um subgênero. Embora tal autonomização tenha ocorrido também em outros momentos, o que há de específico no caso da Prosopopeia de Bento Teixeira é o catalisador dessa ocorrência: o ensino dos progymnasmata - exercícios preparatórios desenvolvidos na tradição pedagógico-retórica grega - pelos colégios jesuítas desde o século XVI no Brasil. Há nesta tese o levantamento de outras prosopopeias publicadas desde o século XVI até o XIX - embora neste último século elas surjam em número significativamente reduzido. Destacam-se as ocorrências em língua inglesa exemplificadas com textos de Thomas Lodge (1558-1625) e de Edmund Spenser (1552-1599); os inúmeros folhetos que circularam em língua francesa, alguns dos quais fazem parte das chamadas mazarinades, além do texto de Jean Jacques Rousseau (1712-1778), Prosopopeia de Fabricius, que, publicado em 1750 junto do Discurso sobre as ciências e as artes, é encontrado em circulação autônoma no século XIX. Em língua portuguesa encontramos mais duas prosopopeias, essas do século XVIII: Prosopopeia del Idioma Portuguez a su hermana la Lengua Espanhola (1721), de Rafael Bluteau, e Prosopopeya métrica da Fama com Mercúrio (1742), de Brás da Costa de Mendonça. A epígrafe desta tese, As memórias de uma trave de futebol, conto publicado em 2020 por Sérgio SantAnna, também é exemplo desse mecanismo autonomizado, agora no século XXI. Além disso, há inúmeros exemplos de prosopopeias em latim, publicadas nos mais diversos países da Europa moderna. Tal floresta de ocorrências serve como argumento adicional à tese que se busca demonstrar: a de que há diferentes ciclos de autonomização desse dispositivo poético o da mimese da fala de um terceiro cujo ensino veio a ser sistematizado pela pedagogia retórica grega como um progymnasma, denominado de prosopopeia. Evidentemente, enquanto dispositivo poético (como a narração, a descrição, etc.), a prosopopeia existe há muito tempo, foi utilizada amplamente no assim chamado mundo antigo - como nas epístolas denominadas Heroides, de Ovídio, ou nos muitos exemplos recolhidos na Antologia palatina -, está presente em todo o chamado Renascimento europeu e, virtualmente, enquanto possibilidade expressiva, existe até hoje, como atesta o conto de Sérgio SantAnna, todo ele construído em torno da elocução das memórias de um objeto inanimado - a trave de um clube de futebol na cidade do Rio de Janeiro nos anos 50 do século XX. Desta forma, busca-se demonstrar mais especificamente que para ler a Prosopopeia de Bento Teixeira é importante recuperar preceitos e doutrinas que tratam não exatamente da figura de pensamento chamada prosopopeia/personificação, mas de um dos exercícios preparatórios ou progymnasmata chamado prosopopeia, uma maneira de figurar a fala de terceiros de acordo com o ethos que se atribui a eles
  • DOI: 10.11606/T.8.2022.tde-04102022-161951
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2022-04-07
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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