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Metabolismo de nitrogênio, de ácidos nucleicos e ácidos graxos em vacas leiteiras alimentadas com lipídios

Valle, Tiago Antônio Del

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia 2018-08-24

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Metabolismo de nitrogênio, de ácidos nucleicos e ácidos graxos em vacas leiteiras alimentadas com lipídios
  • Autor: Valle, Tiago Antônio Del
  • Orientador: Rennó, Francisco Palma
  • Assuntos: Purinas; 15n; Urina; Sais De Cálcio; Proteína Microbiana; Purines; Microbial Protein; Calcium Salts; Urine
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Objetivou-se avaliar o efeito da adição de sais de cálcio de ácidos graxos (SCAG) e de diferentes teores de proteína degradável no rúmen (PDR) na dieta de vacas leiteiras sobre: consumo, fermentação e metabolismo de nitrogênio ruminal, desempenho produtivo e balanço de nitrogênio; as estimativas de síntese microbiana utilizando 15N e bases purinas (BP) como indicadores microbianos, a composição dos pellets de bactéria, a recuperação de derivados purina (DP) na urina e a excreção urinária de DP de origem endógena; o fluxo omasal de ácidos graxos, a extensão de bio-hidrogenação e o perfil lipídico das bactérias. Oito vacas em lactação, multíparas e canuladas no rúmen foram usadas em um delineamento em quadrado Latino 4 × 4 replicado, distribuídas em arranjo fatorial 2 × 2 de tratamentos. Os tratamentos foram obtidos pela combinação da adição de SCAG (-SCAG: sem suplementação; e +SCAG: com 3,32% matéria seca (MS) de SCAG) e os teores de PDR (BPDR: baixo PDR, com 9,8% MS de PDR; e APDR: alto PDR: com 11,0% de PDR na MS da dieta). A suplementação lipídica reduziu (P ≤ 0,049) o consumo, tendeu (P = 0,076) a aumentar o tempo de ruminação e aumentou (P = 0,015) o pH ruminal. A adição de SCAG diminuiu (P ≤ 0,013) a digestibilidade aparente ruminal da MS e matéria orgânica, e tendeu a reduzir (P = 0,096) a digestibilidade ruminal da fibra em detergente neutro (FDN) e reduziu (P = 0,043) o nitrogênio (N) verdadeiramente digerido no rúmen. Apesar de afetar (P = 0,039) negativamente o fluxo de nitrogênio não amoniacal (NNA) associado com as grandes partículas, SCAG não afetou (P ≥ 0,634) o fluxo total de NNA e o fluxo de NNA microbiano, e aumentou (P = 0,032) a eficiência de síntese proteica microbiana. Animais alimentados com SCAG apresentaram maior (P = 0,043) produção de leite, com menor (P < 0,001) teor de gordura, maior (P < 0,001) eficiência alimentar e de uso do N. Animais alimentados com BPDR tenderam (P ≤ 0,096) a apresentar maior consumo de proteína bruta e relação entre as concentrações ruminais de acetato e propionato. Ainda, APDR elevou (P ≤ 0,048) a digestibilidade aparente total do amido e a digestibilidade ruminal verdadeira do N. O nível de PDR não afetou (P ≥ 0,719) a síntese de proteína microbiana e a eficiência de síntese, enquanto que BPDR aumentou (P ≤ 0,055) a produção de leite e reduziu o teor de proteína do leite. O alto nível de PDR tendeu (P ≤ 0,088) a reduzir a excreção fecal e o balanço de N, enquanto aumentou (P = 0,021) a excreção urinária relativa ao consumo de N. As bactérias associadas à partícula (BAP) apresentaram menor (P ≤ 0,008) enriquecimento com 15N e relação N purinas: N total microbiano do que as bactérias associadas à fase líquida (BAL). A utilização de BP como indicador superestimou (P ≤ 0,002) o fluxo microbiano, especialmente de BAL. No entanto, para o fluxo microbiano associado à partícula, houve tendência à interação (P = 0,067) entre os efeitos de indicador e da suplementação lipídica. Na presença de SCAG, BP e 15N apresentaram (P > 0,05) estimativas similares, enquanto que na ausência de SCAG, BP subestimou (P ≤ 0,05) o fluxo de BAP, em relação ao 15N. O aumento do nível de PDR da dieta tendeu a reduzir (P = 0,061) o fluxo omasal de BP e reduziu (P = 0,007) a recuperação urinária desta. A recuperação urinária de DP foi extremamente variável (33,9% de coeficiente de variação). As estratégias nutricionais avaliadas não afetaram (P ≥ 0,108) a excreção urinária de creatinina e DP de origem endógena. As excreções diárias de creatinina e DP de origem endógena foram de 0,262 mmol/kg e 640 mmol/kg0,75, respectivamente. O aumento do nível de PDR da dieta resultou na redução (P < 0,001) do consumo dos ácidos graxos C4:0, C12:0, C14:0, C16:0 e C18:0, e tendeu (P = 0,068) a reduzir o consumo de C18:1 trans. Houve interação ou tendência (P ≤ 0,095) à interação entre os efeitos do nível de PDR e adição de SCAG sobre o fluxo omasal de ácidos graxos totais e alguns ácidos graxos específicos (C15:0, C16:0, C17:0, C18:0, C18:1 cis-9, C18:2 cis-9 cis-12, C18:3 cis e C22:0). Nas dietas contendo SCAG, nenhum efeito do nível de PDR foi observado sobre o fluxo omasal de ácidos graxos (P > 0,05), enquanto que nas dietas -SCAG, o aumento do nível de PDR aumentou (P ≤ 0,05) o fluxo omasal total de ácidos graxos. Consequentemente, o aumento do nível de PDR reduziu (P ≤ 0,05) a extensão de bio-hidrogenação do C18:1 cis e C18:3 nas dietas -SCAG, sem efeitos (P > 0,05) nas dietas +SCAG. A adição de SCAG aumentou (P ≤ 0,001) a extensão de bio-hidrogenação do C18:2, assim como o teor de AG dos pellets de bactéria. O nível de PDR da dieta não afetou (P ≥ 0,116) o perfil de ácidos graxos dos microrganismos, nem o perfil de ácidos graxos do leite. A adição de SCAG reduziu ou tendeu (P ≤ 0,080) a reduzir os teores de C15:0, C16:0, C16:1, C17:0 e C18:0, e aumentou (P ≤ 0,005) as concentrações de ácidos graxos insaturados de 18 carbonos nos microrganismos. Além disso, a adição de SCAG reduziu (P ≤ 0,009) a concentração de todos os ácidos graxos menores do que 18 carbonos e a razão entre saturados e insaturados na gordura do leite, bem como aumentou (P ≤ 0,001) as concentrações dos ácidos graxos com 18 carbonos ou mais e dos ácidos graxos insaturados. Desta forma, a adição de SCAG na dieta reduz o consumo, aumenta o tempo de ruminação, a eficiência microbiana e a produção de leite, sem afetar o fluxo microbiano. O aumento do nível de PDR da dieta reduz as perdas fecais de N e a produção de leite. As BP superestimam o fluxo microbiano, especialmente das BAL, pela presença de BP de origem dietética. A suplementação lipídica afeta a relação entre as estimativas de fluxo de BAP utilizando 15N e BP, levando à baixa correlação entre as estimativas com as duas técnicas. A recuperação urinária dos DP foi extremamente variável e aumentou com o aumento do nível de PDR da dieta. As excreções de creatinina e a excreção endógena de DP não são afetadas pela suplementação lipídica e pelo teor de PDR da dieta. A suplementação lipídica afeta consideravelmente o consumo e fluxo omasal de ácidos graxos, assim como o perfil lipídico dos microrganismos e o perfil de ácidos graxos do leite. Apesar de potencialmente aumentar o fluxo de alguns ácidos graxos insaturados e reduzir a extensão de bio-hidrogenação do C18:1 e C18:3, nas dietas sem SCAG, o nível de PDR tem poucos efeitos sobre o perfil de ácidos graxos das bactérias e do leite.
  • DOI: 10.11606/T.10.2019.tde-23112018-100236
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
  • Data de criação/publicação: 2018-08-24
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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