skip to main content

Bobeou dançou: articulâncias nas ocupações das escolas estaduais paulistas em 2015

Rodrigues, Isabel Cristina

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação 2023-08-23

Acesso online

  • Título:
    Bobeou dançou: articulâncias nas ocupações das escolas estaduais paulistas em 2015
  • Autor: Rodrigues, Isabel Cristina
  • Orientador: Kruppa, Sonia Maria Portella
  • Assuntos: Teoria Ator-Rede; Reorganização Escolar; Ocupações; Direito À Educação; Articulâncias; Occupations; Articulance; Right To Education; School Reorganization; Actor-Network Theory
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: No segundo semestre de 2015, o governo do Estado de São Paulo, por meio da medida intitulada Reorganização Escolar, anunciou fechar 94 escolas e remodelar para um único ciclo outras 754 unidades, deslocando e dividindo 311 mil estudantes por faixas etárias. Descontentes com a medida, os estudantes intentaram diversas estratégias, como diálogos com as Diretorias de Ensino, participações em audiências públicas e inúmeros atos de rua. O governo estadual paulista, por sua vez, ignorou a demanda apresentada e manteve seu objetivo, observado na publicação do decreto nº 61.672/2015. Não encontrando saídas ou qualquer disponibilidade ao diálogo, os estudantes resolveram, por fim, ocupar cerca de 200 escolas. Em consonância com a Teoria Ator-Rede de Bruno Latour, este estudo tem como principal objetivo mapear as ações dos atores nas ocupações até a derrubada do decreto da Reorganização Escolar. A Teoria Ator-Rede é uma teoria metodológica que tem como pressuposto seguir a trilha dos atores, mapeando as diversas mediações ali presentes. Essas mediações não contam com o domínio totalitário do homem, pois consideram todos os atores, tanto os humanos como os não-humanos, cruciais nos processos. O título desta tese faz referência a dois conceitos tratados por Latour: recalcitrância e articulação. Recalcitrância significa o esforço despendido para algo que existe continue existindo. Articulação é o que, em mediação com o outro, provoca formas novas e inesperadas. À junção dos dois fenômenos, recalcitrância e articulação, atribuímos um novo conceito articulância, convergência reafirmada como fundamental, para se alcançar um objetivo em contexto de disputa relacional. O material da pesquisa (entrevistas, conteúdos online, documentários, peça teatral e eventos acadêmicos), nos leva a concluir que, para a manutenção das ocupações, até a derrubada do decreto, foi preciso muito esforço coletivo e articulações, tanto por parte dos estudantes como por parte do governo estadual paulista. Obviamente que, neste caso, estudantes e governo, caminharam em direções opostas, no entanto, ambos foram articulantes. No que tange ao segmento estudantil, as articulâncias estiveram presentes em quatro pontos fundamentais no decorrer do movimento: no enfrentamento ao poder instituído, na busca constante pela horizontalidade, no trabalho em rede e nas ações coletivas para a sustentação da rotina da escola (limpeza, segurança, aulões, alimentação e comunicação). A tese afirma que os estudantes aprenderam a lutar durante a luta. A gestão da escola, feita por eles e com eles (estudantes), tem maior qualidade social que aquela que se restringe à obediência das ordens dos órgãos centrais do poder público. Concluímos também que os elementos presentes nas articulâncias podem ser desdobrados em outros contextos relacionais ao se observar disputa entre os atores, quando em associação, intentam um objetivo. No caso das ocupações, seguir articulantes foi crucial para os estudantes conquistarem a vitória perante a Reorganização Escolar.
  • DOI: 10.11606/T.48.2023.tde-24102023-180338
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2023-08-23
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.