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Reconhecimento de glicoconjugados em neutrófilos efeitos sobre os processos de ativação e sobrevivência celulares e ação microbicida

Rafael Ricci de Azevedo Maria Cristina Roque Antunes Barreira

2016

Localização: FMRP - Fac. Medicina de Ribeirão Preto    (Azevedo, Rafael Ricci de )(Acessar)

  • Título:
    Reconhecimento de glicoconjugados em neutrófilos efeitos sobre os processos de ativação e sobrevivência celulares e ação microbicida
  • Autor: Rafael Ricci de Azevedo
  • Maria Cristina Roque Antunes Barreira
  • Assuntos: LECTINAS; NEUTRÓFILOS
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: As chamadas “terapias anti-infectivas”, em contraposição às vacinas tradicionais, têm-se mostrado promissoras para prevenir e/ou tratar infecções por patógenos intracelulares. Uma das abordagens anti-infectivas baseia-se no alvejamento de receptores da imunidade inata, como os do tipo toll like (TLRs) e, dessa forma, desencadear mecanismos de combate eficiente a esses patógenos. Desde o final da década de 1980, nosso grupo estuda a lectina imunomoduladora ArtinM, ligante de manose, purificada de sementes de Jaca (Artocarpus heterophyllus). Já foi experimentalmente demonstrado que ArtinM induz proteção contra Leishmania major, Leishmania amazonensis, Paracoccidioides brasiliensis, Candida albicans e Neospora caninum. Ademais, nosso grupo também identificou lectinas de patógenos como ativadoras de TLRs, capazes de modular a imunidade do hospedeiro. São elas a Paracoccina (PCN), ligante de N-acetilglicosamina e, extraída do fungo patogênico P. brasiliensis; e as lectinas Micronema 1 (MIC1) e Micronema 4 (MIC4), ligantes de ácido siálico e galactose, respectivamente, ambas secretadas por Toxoplasma gondii. Temos reunido evidências de que essas lectinas de patógenos, ainda que tenham especificidade distinta por açúcares, são potenciais ferramentas anti-infectivas. No que diz respeito a ações exercidas sobre neutrófilos, sabe-se ser necessário cautela ao se promover sua ativação pois, ainda que sejam fagócitos essenciais a uma resposta anti-infectiva, ao serem ativados podem contribuir para a geração de injúria tecidual. Assim, ferramentas anti-infectivas, como as lectinas mencionadas, devem ser caracterizadas quanto à atuação sobre neutrófilos. Esta tese reúne estudos concernentes aos efeitos das lectinas ArtinM, PCN, MIC1 e MIC4 sobre neutrófilos humanos, com ênfase nos mecanismos envolvidos na ativação e interferência na sobrevivência dessas células. Nesse sentido, através de ensaios de citometria de fluxo,
    verificamos que ArtinM e PCN inibem a apoptose espontânea de neutrófilos, enquanto MIC1 e MIC4 aceleram a morte dos neutrófilos. PCN e MIC1, mas não ArtinM e MIC4, induzem a formação de redes extracelulares de DNA em neutrófilos (NETs). Ensaios utilizando o parasito T. gondii knockout para as lectinas MIC1 e MIC4, revelaram que a formação de NET induzida pelo protozoário selvagem depende significativamente de MIC1, mas independe de MIC4. PCN, diferentemente de ArtinM, desencadeia a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS). No que diz respeito à indução RESUMO VIII de desgranulação e à produção de mediadores inflamatórios, cujos níveis foram mensurados por ELISA, verificamos que as lectinas ArtinM, PCN e MIC1 induzem neutrófilos a liberarem IL- 8, elastase (NE) e mieloperoxidase (MPO). Adicionalmente, ArtinM aumenta em neutrófilos a secreção de interleucina (IL)-1β e fator de necrose tumoral (TNF), enquanto reduz os níveis de liberação de fator de transformação do crescimento (TGF)-β. Ensaios de western blot permitiram constatar que as vias AKT e p38, mas não ERK estão envolvidas na ativação dos neutrófilos proporcionada por ArtinM. Ensaios de incorporação de enxofre radioativo mostraram que ArtinM e PCN aumentam a síntese de novo em neutrófilos, e que esse é um mecanismo essencial para o efeito supressor da apoptose espontânea nessas células. Por fim investigamos os efeitos de ArtinM em células infectadas com o parasito Leishmania major, e verificamos que, ao contrário do havíamos observado em células não infectadas, o estímulo com a lectina aumentou drasticamente a produção de ROS e que a morte celular foi acelerada, eventos esses que favorecem a eliminação mais eficiente do parasita. Portanto, ArtinM aumenta a capacidade leishmanicida de neutrófilos humanos a partir de um processo de ativação que não implica no aumento de produção de ROS e
    nem na formação de NET. Já a lectina PCN induz a formação de NET, de maneira dependente de ROS, mas apenas em parte dos neutrófilos estimulados; em paralelo, as células restantes têm a apoptose espontânea suprimida, através de um mecanismo que depende da síntese de novo. Quanto às lectinas de T. gondii, MIC1 e MIC4, ambas levam os neutrófilos à morte: MIC1 por induzir substancial aumento da formação de NETs, e MIC4 por acelerar a apoptose celular. Os resultados reunidos na presente tese evidenciam que os carboidratos na superfície de neutrófilos podem funcionar como alvos para a modulação das funções celulares, de maneira a favorecer respostas anti-infectivas
  • Data de criação/publicação: 2016
  • Formato: 106 p anexos.
  • Idioma: Português

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