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Aspectos mineralógicos, geológicos e econômicos de diamantes e carbonados da Chapada Diamantina, Bahia

Andrade, Cláudio Meira De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências 1999-08-18

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Aspectos mineralógicos, geológicos e econômicos de diamantes e carbonados da Chapada Diamantina, Bahia
  • Autor: Andrade, Cláudio Meira De
  • Orientador: Svizzero, Darcy Pedro
  • Assuntos: Chapada Diamantina (Ba); Diamante; Geologia Econômica; Mineralogia; Not Available
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: O diamante foi descoberto em 1842 nas margens do rio Mucugê, afluente das cabeceiras do rio Paraguaçu, na Serra do Sincorá localizada na Chapada Diamantina, região situada no centro-leste do estado da Bahia. O desenvolvimento dos garimpos deu origem à diversas vilas que por sua vez evoluíram para as cidade de Lençóis, Andaraí, Palmeiras, Mucugê, Morro do Chapéu, Igatu, Xique-Xique, Piranhas, entre outras, cujo desenvolvimento acompanhou de perto o comércio do diamante. Além do diamante, a região ganhou fama devido à ocorrência de diamantes policristalinos entre os quais os mais frequentes vem sendo o carbonado e o tipo ballas. Ambos são constituídos por microcristais de diamante; no carbonado eles formam agregados aleatórios de cores escuras e textura porosa enquanto que na variedade ballas, os microcristais formam agregados esféricos, translúcidos e de cores variando do incolor ao preto. Enquanto a densidade do diamante é constante em torno de 3,51 a do carbonado é variável dentro da faixa entre 3,0 a 3,45. Os garimpos da Chapada Diamantina seguem o padrão de outras áreas brasileiras no qual o garimpeiro trabalha isolado usando peneiras e batéias. As tentativas de mecanização dos garimpos tiveram existência efêmera. Do ponto de vista geológico, o diamante e o carbonado estão associados a metaconglomerados da Formação Tombador, do Grupo Chapada Diamantina, Super Grupo Espinhaço do Proterozóico Médio. A Formação Tombador é constituída por um pacote de sedimentos entre os quais se destacam arenitos eólicos e fluvieólicos e conglomerados formados por leques aluviais que foram metamorfisados durante os eventos orogenéticos do Proterozóico Médio. O diamante e o carbonado são lavrados a partir de sedimentos quaternários constituídos essencialmente de areias e cascalhos provenientes da erosão das rochas da Formação Tombador. Os minerais pesados que acompanham o diamante e o carbonado na região são representados pela magnetita, elmenita, hematita, turmalina, rutilo, zircão, hornblenda, epídoto, cianita, andaluzita, granada almandina, coríndon, crisoberilo, estaurolita e ouro. Estas fases são provenientes de rochas metamórficas do embasamento estando ausentes os indicadores típicos de rochas kimberlíticas. O diamante da região é representado por cristais de hábito predominantemente rombododecaédrico, seguidos de cristais irregulares, fragmentos de clivagem, agregados cristalinos, além de cristais cúbicos, octaédricos e de combinações entre essas formas simples. Com relação à cor macroscópica predominam os cristais incolores seguidos dos castanhos, cinzas, amarelos, pretos e os de cores raras como rosa, azul e vermelho. O padrão granulométrico indica que o diamante possui uma granulometria de fina a média sendo raros os cristais acima de 5 ct. O carbonado é a principal variedade policristalina da região ocorrendo na forma de agregados granulares de textura porosa, de coloração escura entre as quais se destacam o cinza, o castanho e o preto. Ao contrário do diamante, o carbonado ocorre desde cristais de dimensões milimétricas até exemplares de dezenas, centenas e até alguns milhares de quilates. O Carbonado do Sérgio de 3.167 ct encontrado na região de Lençóis em 1905, continua sendo o maior diamante conhecido pelo homem até hoje. A produção de carbonado alcançou o apogeu no final do século passado, mas começou a declinar na primeira metade desse século com o desenvolvimento das minas de diamante industrial da África, e posteriormente com a competição do diamante sintético a partir do final dos anos 60. Nos últimos anos a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina inviabilizou o garimpo na região. Com relação à origem do diamante, faltam trabalhos sistemáticos de prospecção na área. Os dados obtidos nesse trabalho revelaram a ausência dos indicadores tradicionais de kimberlitos representados pela granada piropo, ilmenita magnesiana, cromioespinélio, cromiodiopsídio e zircão. A falta desses minerais indica que as fontes primárias são antigas podendo ter sido cortadas pela erosão ou estarem cobertas por sedimentos da plataforma. Com relação ao carbonado, algumas observações feitas no decorrer desse trabalho sugerem que a origem desse tipo de diamante está relacionada com a formação do próprio diamante monocristalino. A associação íntima entre esses dois tipos de diamante confirmada em vários locais do Brasil e do exterior, bem como osintercrescimentos cristalinos diamante-carbonado, sugerem uma origem kimberlítica para as variedades policristalinas
  • DOI: 10.11606/D.44.1999.tde-11092015-092638
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências
  • Data de criação/publicação: 1999-08-18
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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