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A violência do trabalho no capitalismo: o caso das lesões dos membros superiores por esforços repetitivos em trabalhadores bancários

Ribeiro, Herval Pina

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública 1997-04-14

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    A violência do trabalho no capitalismo: o caso das lesões dos membros superiores por esforços repetitivos em trabalhadores bancários
  • Autor: Ribeiro, Herval Pina
  • Assuntos: Bancários; Doenças Ocupacionais; Ferimentos E Lesões; Lesões Por Esforço Repetitivo; Morbidade; Violência; Not Available
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Na primeira parte do estudo, intitulada de Violência Explícita do trabalho, sustenta-se que o perfil de morbi-mortalidade da classe trabalhadora acompanha os ciclos de desenvolvimento e crise do capitalismo. No primeiro, de acumulação primitiva do capital, prevalecem as doenças \"pestilenciais\", infecto-contagiosas e consumptivas, com elevadas taxas de mortalidade, seguidas por doenças diretamente causadas pelo trabalho. No seguinte, pre-monopolista, aquelas diminuem sensivelmente, as últimas e os acidentes típicos do trabalho ganham enorme expressão. No terceiro ciclo, monopolista, as doenças predominantes no primeiro tornam-se \"evanescentes\", as doenças e acidentes típicas do trabalho tendem à estabilidade e a mortalidade dos dois grupos cai.; emergem, então, com força, as doenças \"crônico e degenerativas\" que junto com as \"causas externas\" passam a ocupar os primeiros lugares das taxas de óbitos nos países industrializados. São comparados os ciclos de desenvolvimento do capitalismo e de morbidade dos países centrais com o Brasil. No atual ciclo, a violência primitiva e explícita do trabalho tende à ocultação, fazendo adoecer, mas sem evidenciar nexos causais. As lesões das partes moles e superiores do aparelho locomotor por esforços repetitivos (LER) seriam emblemáticas desse ciclo e dessa transição da morbidade determinada pelo trabalho. A segunda parte trata dessa violência oculta, tomando como exemplo o comércio do dinheiro. Relata a evolução das instituições financeiras no país e da categoria bancária, especialmente no banco investigado. São revistos os modos de adoecer e morrer dessa categoria, vitima coletiva de uma doença do trabalho, as lesões por esforços repetitivos (LER). Os próprios trabalhadores adoecidos se fizeram sujeitos e pesquisados desse estudo de desenho híbrido, baseado em 525 questionários que preencheram e em 346 depoimentos que escreveram. Sob o ponto de vista quantitativo, trata-se de um estudo descritivo numa amostra não probabilística de 1223 casos de LER notificados pela empresa ao Instituto Nacional de Seguro Social. O diagnóstico mais freqüente foi de tenossinovite (34%), seguido de miosites e epicondilites (20%) e LER senso lato (16%). As compressões nervosas participavam com 10%. As lesões predominavam no lado direito ou eram bilaterais. Dos adoecidos, 83% eram do gênero feminino. 13% foram à cirurgia. O tempo médio de afastamento do trabalho foi de 11 meses. A análise dos 346 depoimentos revela sentimentos de perda e medo de incapacidade, esforço para aceitar os novos limites e vontade de retomar ao trabalho para evitar a discriminação e marginalização social e afetiva. Revelam-se, também, as representações que construíram das diversas instituições às quais tiveram que recorrer. A tomada de consciência e as trocas intersubjetivas foram passos dados para a saída coletiva do movimento social sobre as LER, em construção.
  • DOI: 10.11606/T.6.2018.tde-21092018-132933
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Data de criação/publicação: 1997-04-14
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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