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A morte e os vivos: um estudo comparativo dos sistemas tanatológicos Linense e Bororo e suas interveniências nas interações sociais nestes dois grupos sociais

Caputo, Rodrigo Feliciano

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia 2014-04-11

Acesso online

  • Título:
    A morte e os vivos: um estudo comparativo dos sistemas tanatológicos Linense e Bororo e suas interveniências nas interações sociais nestes dois grupos sociais
  • Autor: Caputo, Rodrigo Feliciano
  • Orientador: Ribeiro, Sandra Maria Patricio
  • Assuntos: Contemporaneidade; Interações Sociais; Ritos De Morte; Sistema Tanatológico; Contemporaneity; Death Rites; Social Interactions; Thanatological System
  • Descrição: Boa parte (senão todos) os fundamentos culturais de uma sociedade convergem em seu modo particular e sistemático de lidar com a morte, formulando prescrições técnicas e simbólicas que estabelecem códigos de conduta, instituem papéis profissionais etc., de modo a integrar a morte à realidade social e garantir a restauração da vida comunitária após a morte de um ou alguns de seus membros. Mas tais prescrições operam muito além dos momentos de luto e, de fato, condicionam largamente todas as interações sociais que compõem a vida cotidiana das pessoas - por isto mesmo, os sistemas de lida com a morte apresentam grande interesse para a Psicologia Social, embora venham sendo estudados incipientemente neste campo. O presente estudo visa contribuir para o necessário aprofundamento conceitual e metodológico sobre o assunto, primeiramente através da delimitação de campo dos sistemas de lida com a morte, a descrição de suas estruturas e funcionalidades e o estabelecimento de uma terminologia clara, já que estes sistemas têm sido nomeados na literatura especializada, indistintamente, como mortuários, tanatológicos, funerários ou necro-sistemas; adicionalmente, através do estudo comparativo de dois grupos humanos contemporâneos que apresentam características histórico culturais específicas: os moradores da cidade de Lins-SP (linenses) e os remanescentes Bororo que vivem em onze aldeias no estado de Mato Grosso. Nesta perspectiva, o trabalho compreendeu uma revisão da literatura em busca das elucidações teóricas visadas, bem como uma pesquisa empírica que consistiu de levantamento bibliográfico e exame de fontes documentais sobre a estrutura e a dinâmica social de ambos os grupos, a história da ocupação e das transformações dos territórios por eles habitados, seus principais mitos fundadores e as instituições, práticas, discursos, técnicas e símbolos utilizados na lida com a morte. Estas informações foram complementadas por observações participantes e entrevistas temáticas semi-estruturadas, tendo sido realizadas onze entrevistas (sete linenses e quatro Bororo) e uma visita de nove dias à aldeia Meruri. As informações colhidas foram interpretadas à luz das teorias estudadas, na perspectiva da fenomenologia hermenêutica. Os resultados permitem constatar que ambos os grupos, frente às alterações sócio-culturais intensificadas nas últimas décadas, vivenciaram um progressivo distanciamento dos indivíduos adoentados, moribundos e enlutados. Contudo, e a despeito do intenso processo de aculturação dos Bororo, este grupo ainda guarda diferenças marcantes em relação aos linenses quanto ao modo de lidar com a morte. Sobretudo, os Bororo mantém a possibilidade de expressar coletivamente sua dor e de vivenciar o luto comunitariamente, enquanto aos linenses restam apenas formas privadas e discretas; além disto, os Bororo guardam muito maior proximidade com tudo o que cerca a morte e o morto. Em ambos os grupos confirma-se que o aparato técnico e simbólico de lida com a morte representa um importante organizador psicossocial, pois orienta e auxilia as pessoas no enfrentamento individual e/ou coletivo da morte, favorecendo a elaboração dos impactos psíquicos e a reorganização dos papéis e vínculos sociais. Também se verificou, em ambos os grupos, fenômenos indicativos de ataques aos seus respectivos sistemas de lida com a morte que, ao que parece, contribuem para aumentar o distanciamento de todas as faces e nuances da morte
  • DOI: 10.11606/D.47.2014.tde-01102014-162814
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia
  • Data de criação/publicação: 2014-04-11
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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