skip to main content

Violência do trabalho no capitalismo o caso das lesões dos membros superiores por esforços repetitivos em trabalhadores bancários

Herval Pina Ribeiro Jorge da Rocha Gomes

1997

Localização: FSP - Faculdade de Saúde Pública    (https://doi.org/10.11606/T.6.2018.tde-21092018-132933 )(Acessar)

  • Título:
    Violência do trabalho no capitalismo o caso das lesões dos membros superiores por esforços repetitivos em trabalhadores bancários
  • Autor: Herval Pina Ribeiro
  • Jorge da Rocha Gomes
  • Assuntos: FERIMENTOS E LESÕES; DOENÇAS OCUPACIONAIS; LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVO; VIOLÊNCIA; MORBIDADE; BANCÁRIOS
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Na primeira parte do estudo, intitulada de Violência Explícita do trabalho, sustenta-se que o perfil de morbi-mortalidade da classe trabalhadora acompanha os ciclos de desenvolvimento e crise do capitalismo. No primeiro, de acumulação primitiva do capital, prevalecem as doenças "pestilenciais", infecto-contagiosas e consumptivas, com elevadas taxas de mortalidade, seguidas por doenças diretamente causadas pelo trabalho. No seguinte, pre-monopolista, aquelas diminuem sensivelmente, as últimas e os acidentes típicos do trabalho ganham enorme expressão. No terceiro ciclo, monopolista, as doenças predominantes no primeiro tornam-se "evanescentes", as doenças e acidentes típicas do trabalho tendem à estabilidade e a mortalidade dos dois grupos cai.; emergem, então, com força, as doenças "crônico e degenerativas" que junto com as "causas externas" passam a ocupar os primeiros lugares das taxas de óbitos nos países industrializados. São comparados os ciclos de desenvolvimento do capitalismo e de morbidade dos países centrais com o Brasil. No atual ciclo, a violência primitiva e explícita do trabalho tende à ocultação, fazendo adoecer, mas sem evidenciar nexos causais. As lesões das partes moles e superiores do aparelho locomotor por esforços repetitivos (LER) seriam emblemáticas desse ciclo e dessa transição da morbidade determinada pelo trabalho. A segunda parte trata dessa violência oculta, tomando como exemplo o comércio do dinheiro.
    Relata a evolução das instituições financeiras no país e da categoria bancária, especialmente no banco investigado. São revistos os modos de adoecer e morrer dessa categoria, vitima coletiva de uma doença do trabalho, as lesões por esforços repetitivos (LER). Os próprios trabalhadores adoecidos se fizeram sujeitos e pesquisados desse estudo de desenho híbrido, baseado em 525 questionários que preencheram e em 346 depoimentos que escreveram. Sob o ponto de vista quantitativo, trata-se de um estudo descritivo numa amostra não probabilística de 1223 casos de LER notificados pela empresa ao Instituto Nacional de Seguro Social. O diagnóstico mais freqüente foi de tenossinovite (34%), seguido de miosites e epicondilites (20%) e LER senso lato (16%). As compressões nervosas participavam com 10%. As lesões predominavam no lado direito ou eram bilaterais. Dos adoecidos, 83% eram do gênero feminino. 13% foram à cirurgia. O tempo médio de afastamento do trabalho foi de 11 meses. A análise dos 346 depoimentos revela sentimentos de perda e medo de incapacidade, esforço para aceitar os novos limites e vontade de retomar ao trabalho para evitar a discriminação e marginalização social e afetiva. Revelam-se, também, as representações que construíram das diversas instituições às quais tiveram que recorrer. A tomada de consciência e as trocas intersubjetivas foram passos dados para a saída coletiva do movimento social sobre as LER, em construção.
  • Data de criação/publicação: 1997
  • Formato: 363 p.
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.