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Análise de polimorfismo em TET2 e TERT em neoplasias mieloproliferativas BCR-ABL1 negativas

Tristão, Raíssa Silva

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 2022-11-04

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Análise de polimorfismo em TET2 e TERT em neoplasias mieloproliferativas BCR-ABL1 negativas
  • Autor: Tristão, Raíssa Silva
  • Orientador: Traina, Fabíola
  • Assuntos: Citogenética Convencional; Neoplasias Mieloproliferativas; Polimorfismo Tert; Polimorfismo Tet2; Conventional Cytogenetics; Myeloproliferative Neoplasms; Tert Polymorphism; Tet2 Polymorphism
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: As neoplasias mieloproliferativas (NMPs) são um grupo heterogêneo de distúrbios hematológicos sendo classificadas pela presença de alterações nas células da linhagem mieloide (granulócitos, eritrócitos e megacariócitos). As três principais entidades desse grupo conhecidas como NMP BCR::ABL1-negativas clássicas são a policitemia vera (PV), trombocitose essencial (TE) e mielofibrose primária (MFP). As mutações em JAK2, CALR e MLP estão relacionadas ao fenótipo neoplásico. Estudos de associação genômica ampla (GWAS) sugerem que genes condutores adicionais podem predispor para o risco de desenvolver NMP, e influenciam o desenvolvimento, fenótipo ou a severidade dessas doenças. Os estudos multicêntricos revelaram que o polimorfismo TET2 (metilcitosina deoxigenase 2) rs3733609 C>T e o polimorfismo TERT (transcriptase reversa da telomerase) rs2736100 A>C têm um papel na fisiopatologia das NMPs. Os escores prognósticos atuais utilizam os dados clínicos, laboratoriais, citogenéticas e moleculares para o diagnóstico, monitoramento do tratamento e prognóstico em NMP. O objetivo desta pesquisa foi investigar e descrever as características demográficas, clínicas, laboratoriais, citogenéticas e moleculares, a frequência e o impacto clínico dos polimorfismos TET2 rs3733609 e TERT rs2736100 nos pacientes com NMP BCR::ABL1-negativas clássicas: PV, TE e MFP do HC FMRP USP. A casuística incluiu uma coorte de 245 pacientes com diagnóstico de NMP BCR::ABL1-negativas clássicas: PV, TE e MFP, em acompanhamento regular no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC FMRP-USP) no período de 13 anos, de dezembro de 2006 a dezembro de 2019. Os dados demográficos, clínicos e de desfechos foram obtidos a partir da revisão dos prontuários físicos e/ou eletrônicos. O cariótipo foi investigado por citogenética convencional. A investigação dos polimorfismos nos genes TET2 e TERT foi realizada pelo método de PCR em tempo real com sondas de hidrólise específicas. As analises estatísticas foram realizadas utilizando GraphPad Prism 9 (GraphPad Prism Software, Inc., CA, EUA). Duzentos e quarenta e cinco pacientes foram avaliados, 123 do sexo masculino e 122 do sexo feminino, mediana de idade de 73 anos. Cento e dezenove pacientes tiveram diagnóstico de MFP, nos quais a mutação JAK2V617F foi detectada em 71, mutação CALR em 25, mutação MPL em 5, e 18 foram considerados triplo-negativos. Setenta e dois pacientes tiveram diagnóstico de PV, nos quais a mutação JAK2V617F foi detectada em 64, mutação JAK2 éxon 12 em 1 paciente e JAK2 selvagem em 7 pacientes. Cinquenta e quatro pacientes tiveram diagnóstico de TE, nos quais a mutação JAK2V617F foi detectada em 25, mutação CALR em 12 pacientes e 17 foram triplo-negativos. Dentre os 124 pacientes submetidos à análise citogenética, 107 apresentaram cariótipo normal. Entre 17 pacientes com alterações citogenéticas, 10 tiveram diagnóstico de MFP sendo um com cariótipo complexo. A alteração citogenética mais frequentemente observada foi a trissomia do cromossomo 8. Cento e vinte e um pacientes não obtiveram metáfases ou não foram submetidos à análise citogenética. Dos 245 pacientes, 227 foram genotipados para o polimorfismo TET2 rs3733609, 36 portaram o alelo polimórfico (C), dos quais 4 eram homozigotos (CC). Para TERT rs2736100, 242 foram genotipados, 152 portavam o alelo polimórfico (A) dos quais 33 pacientes eram homozigotos (AA). O polimorfismo TET2 rs3733609 TC + CC esteve associado com maior frequência de hipertensão arterial sistêmica (p=0,046) em pacientes com NMP clássicas com mutação JAK2V617F, maior mediana de contagem de plaquetas (p=0,017) em pacientes com PV, e maior mediana de LDH (p=0,0087) e maior frequência de mutação em genes da via JAK/STAT (p=0,046) em pacientes com TE, comparado com pacientes com polimorfismo TET2 rs3733609 TT. O polimorfismo TERT rs2736100 CA + AA esteve associado com menor valor da mediana de hemoglobina (p=0,0036), hematócrito (p=0,0055), contagem de neutrófilos (p=0,032), menor frequência de mutações no gene da JAK2V617F (p=0,025) e maior frequência de diabetes mellitus tipo 2 (p<0,0001) na coorte de pacientes com NMP clássicas, menor valor da mediana de hemoglobina (p=0,0025) na coorte de pacientes com NMP clássicas com mutação JAK2V617F, menor mediana de contagem de leucócitos (p=0,02) e neutrófilos (p=0,009) na coorte de pacientes com PV, menor mediana de contagem de hemoglobina (p=0,0018) e hematócrito (p=0,005) em pacientes com MFP. A associação com uma importante entidade molecular de ordem etiológica para as NMP BCR::ABL1-negativas clássicas pode representar o envolvimento de fatores germinativos dignos de investigação não apenas para prática da genética médica, mas também pela dinâmica de aquisição da mutação condutora ao fenótipo neoplásico.
  • DOI: 10.11606/D.17.2022.tde-03022023-104236
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2022-11-04
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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