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Ayahuasca no tratamento da farmacodependência à cocaína: possíveis intervenções terapêuticas?

Bruno, Vítor

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Ciências Farmacêuticas 2019-10-14

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Ayahuasca no tratamento da farmacodependência à cocaína: possíveis intervenções terapêuticas?
  • Autor: Bruno, Vítor
  • Orientador: Marcourakis, Tania
  • Assuntos: Alucinógenos; Dependência; Dmt; Addiction; Psychedelics
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Alucinógenos (ALU) são substâncias psicoativas que não induzem o indivíduo à dependência, possuem perfil de segurança de uso mais alto quando comparado a outras drogas e baixa capacidade de causar tolerância ao uso. Estudos recentes propõem o uso de ALU como tratamento a algumas doenças e transtornos relacionados ao sistema nervoso central, como a depressão, ansiedade e dependência. Dentre os ALU, a ayahuasca (AYA), cujo princípio ativo é a dimetiltriptamina (DMT), é uma bebida psicoativa amplamente utilizada pelas populações indígenas em rituais religiosos. Existem evidências de que pode ser eficaz no tratamento de dependência relacionada ao álcool e nicotina. No entanto, para a cocaína, a segunda droga ilícita mais utilizada no Brasil e na Europa, não existem muitos estudos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial da AYA em prevenir a expressão da sensibilização comportamental (SC) induzida pela cocaína e as repercussões neuroquímicas do tratamento em camundongos C57Bl/6. Para tanto, foi avaliada a influência da administração aguda de AYA (1,76; 3,0; 17,6; 30,0 mg/kg de DMT v.o.) na atividade locomotora dos animais em campo aberto (CA). Como não houve diferença estatística na distância percorrida durante a análise, as duas menores doses (1,76 e 3,0 mg/kg de DMT v.o.) foram escolhidas como doses iniciais para a realização do protocolo de prevenção à expressão da SC induzida pela cocaína. Inicialmente, os animais foram habituados no CA durante 3 dias consecutivos após a administração de solução salina 0,9% i.p. No 4o dia experimental, os animais receberam, durante 10 dias alternados, cocaína 10 mg/kg ou salina 0,9% i.p. e foram submetidos diretamente à avaliação da atividade locomotora no CA por 30 minutos. Vinte e quatro horas depois, receberam, durante 8 dias consecutivos, água ou AYA (1,76 ou 3,0 mg/kg de DMT v.o.) e após 30 minutos da administração, foram colocados no CA por 30 minutos para análise da atividade locomotora. No dia seguinte, os camundongos foram desafiados com uma administração de salina. E, no último dia experimental, foi realizado um desafio com cocaína, sempre colocando o animal no CA por 30 minutos. Nessas doses, a AYA não foi eficaz em prevenir a expressão da SC induzida pela cocaína. Dessa forma, avaliamos doses superiores de AYA (15, 30 e 45 mg/kg de DMT v.o.), as quais foram capazes de prevenir a expressão da SC à cocaína. Assim, o protocolo experimental foi novamente realizado com a menor dose (15 mg/kg de DMT v.o.), ao término do protocolo experimental, os animais foram eutanasiados e tiveram seu córtex pré-frontal, estriado e hipocampo dissecados para análise por immunoblotting dos receptores serotoninérgicos 5-HT1A e 5-HT2A. No entanto, não foram não observadas diferenças significativas ao comparar o nível proteico dos receptores nos grupos experimentais. Dessa forma, esses resultados sugerem que a AYA pode ser uma boa estratégia terapêutica para a dependência em cocaína, abrindo caminho para novos estudos.
  • DOI: 10.11606/D.9.2019.tde-09122019-185108
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Ciências Farmacêuticas
  • Data de criação/publicação: 2019-10-14
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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