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Saber, escrita e emancipação: a trajetória de Jacques Rancière

Araujo, Taís

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação 2021-08-20

Acesso online

  • Título:
    Saber, escrita e emancipação: a trajetória de Jacques Rancière
  • Autor: Araujo, Taís
  • Orientador: Carvalho, José Sergio Fonseca de
  • Assuntos: Emancipação; Escrita; Jacques Rancière; Saber; Emancipation; Knowledge; Writing
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: A presente tese analisa parte da trajetória intelectual de Rancière, entre os anos de 1968 e de 1987, com o objetivo de refletir sobre o seu posicionamento crítico em relação ao estatuto superior atribuído a um tipo de conhecimento que se pretendia científico e esclarecedor das práticas políticas, das ações do cotidiano, das visões de mundo dos sujeitos. Nessa tese sustentamos que esse questionamento do autor o levou a tecer um novo ponto de vista sobre o saber, ao entrelaçar a atividade da escrita com uma perspectiva de emancipação. Essa tópica desenrolou-se num percurso vislumbrado em três momentos da trajetória de Rancière: o pós Maio de 68 e a crítica de Rancière à dicotomia althusseriana entre ciência e ideologia que colocava a posição do intelectual marxista em proeminência perante o resto da sociedade; a pesquisa de Rancière nos arquivos operários e a organização do coletivo Les Révoltes logiques, que desembocou na criação de um estilo peculiar de escrita, no qual a palavra do pesquisador encontrou-se com a palavra do objeto de reflexão num plano de igualdade, como se observa em A noite dos proletários; a radicalização dessa forma de escrita em O mestre ignorante, quando o autor expressou, mais nitidamente, um estilo próprio de pensamento e de reflexão engendrado pela apropriação radical da noção de emancipação intelectual da personagem Joseph Jacotot. Esse percurso coloca o autor numa posição de dissenso em relação à tradição crítica ainda presente nos estudos em Educação, cujo pressuposto seria a necessidade de construção de um saber pretensamente emancipatório e desvelador das relações de dominação escondidas sob a realidade aparente instituída pela ideologia. Rancière, diferentemente dos integrantes dessa tradição, recusou o papel do intelectual concebido como o porta-voz da sociedade, ao elaborar uma escrita que colocou em questão a partilha de saberes desiguais entre os que pertenceriam à categoria de intelectuais e aqueles supostamente destinados ao trabalho manual. Essa posição relaciona-se a um outro modo de Rancière compreender a noção de emancipação, a partir da defesa da igualdade como um ponto de partida e não como uma promessa a se realizar no futuro.
  • DOI: 10.11606/T.48.2021.tde-13012022-095803
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2021-08-20
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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