skip to main content

Ecologia e manejo de um banco natural de Hypnea Musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) no litoral Norte do Estado de São Paulo

André Luís Faccini Flávio Berchez

1998

Localização: IB - Instituto de Biociências    (M-793 )(Acessar)

  • Título:
    Ecologia e manejo de um banco natural de Hypnea Musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) no litoral Norte do Estado de São Paulo
  • Autor: André Luís Faccini
  • Flávio Berchez
  • Assuntos: BOTÂNICA APLICADA
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux apresenta grande valor econômico como fonte de carregenana do tipo k. No Brasil a espécie encontra-se distribuida ao longo de grandes extensões na linha da costa. Embora diversos estudos tenham sido realizados no litoral brasileiro acerca da biologia dessa espécie, sobre sua ecologia há apenas dados da variação sazonal da biomassa em um banco natural muito próximo ao do presente trabalho. Observações preliminares mostraram, no entanto que, aparentemente, a avariação não é sempre a mesma em outros locais e períodos. Nesse sentido, tendo como área de estudo o costão sul da Praia do Itaguá - Ubatuba - São Paulo, o presente trabalho objetiva (1) determinar a variação sazonal da biomassa comparando-a, em alguns períodos, com a população do costão nordeste da Praia Grande, Ubatuba; (2) o manejo em um banco natural, avaliando sazonalmente o rendimento e recuperação; (3) avaliação do estoque do banco; (4) a fenologia da espécie e (5) a determinação da distribuição espacial da espécie e sua relação com espécies co-ocorrentes. Para determinação da variação da variação sazonal da biomassa foram realizadas amostragens aleatórias mensais em áreas fixas utilizando quadrats de 625 'CENTIMETROS QUADRADOS' tanto para o costão da Praia do Itaguá como para o da Praia Grande. Na área onde foi feito o manejo, após as amostragens dos quadrats, toda a biomassa era retirada simulando uma colheita comercial. Sazonalmente, a éspecie apresentou grandes variações
    em curtos períodos de tempo ocorrendo biomassas mínimas e máximas em meses consecutivos: 21,96g 'm POT.-2' em junho e 202,92 g 'm POT.-2' em julho de 1993 (massa seca). A variação da biomassa na Praia Grande apresentou diferenças significativas em relação áquela Praia do Itaguá, embora a variação temporal nos dois locais não tenha sido significativamente correlata (r= -0,30; p= 0,5603). As variações dos fatores ambientais apresentam ) correlações muito baixas em relação às variações da biomassa na Praia do Itaguá, sendo que para temperatura as correlações obtidas foram: (r=0,20; p=0,5826) para 1993, (r= -1,15; p=0,6460) para 1994, (r= -0,02; p= 0,9468) para 1995, (r= 0,40; p= 0,2785) para 1996 e para salinidade: (r= 0,06; p= 0,8718) para 1993, (r= 0,16; p= 0,6320) para 1994, (r= 0,51; p= 0,1111) para 1995 e (r= -0,02; p= 0,9600) para 1996. Na área manejada observou-se flutuações semelhantes às da área não manejada variando de 4,91 g 'm POT -2' em maio de 1995 (massa seca). Em média, a recuperação de um mês para o outro foi de 87%, significando a recuperação total do banco a cada 35 dias. Em uma extensão de 1500 m, avaliou-se o estoque de H. musciformis. Para tanto, a partir de uma amostragem sistemática a intervalos regulares de 50 m, colhendo em faixas de 0,25 m de largura, extrapolou-se o valor médio de biomassa para toda área. O estoque foi de 368 Kg de massa seca podendo-se extrapolar para 3680 Kg 'ano POT. -1' ao se considerar a velocidade de
    recuperação do banco. Para o estudo da fenologia de H. musciformis, foram analisadas as plantas que epifitavam plantas de Sargassum vulgare colhidas mensalmente de maneira aleatória em áreas fixas do banco natural. Observou-se um número maior de plantas tetrasporofíticas (17 a 75%) em relação ao de inférteis (25 a 83%) na maioria dos meses. Não foram encontradas plantas gametofíticas, parecendo ser a principal estratégia reprodutiva desta espécie a fragmentação do talo. Foram constatadas diferenças significativas no tamanho médio das plantas (5,1 a 11,35 cm) sendo que os maiores tamanhos estão relacionados aos meses mais frios do ano. Para determinação da distribuição espacial de H. musciformis e sua relação com espécies concorrentes, froam estabelecidas estações fixas nos limites do banco natural e no ponto de maior abundância onde foram feitas transecções e amostragens aleatórias ) do recobrimento percentual, utilizando-se o método dos contatos em elementos amostrais de 625 'cm POT.2' (n= 15). Nas três estações estudadas, a espécie distribuiu-se por praticamente toda a faixa de algas utilizando como hospedeiros principalmente Sargassum vulgare e Pterocladiella capillaceae e por Acanthophora spicifera, Chondracanthus spp., Laurência spp., em menores proporções. Observou-se que possivelmente sua distribuição está relacionada à disponibilidade de substrato bem como às pressões do ambiente como o grau de exposição ao impacto das ondas. Na Estação 4,
    tanto no verão (26,56%) como no inverno (37,33%) H. musciformis foi a espécie de maior recobrimento em relação às outras. Na estação 7, no inverno foi a espécie de maior recobrimento (21%) enquanto no verão, H. musciformis (24,83%) dividiu as maiores taxas de recobrimento com P. capillaceae (26%) e S. vulgare (24,83%). Na Estação 1, no inverno H. musciformis (12,67%) esteve entre as espécies que apresentaram maior recobrimento porém Ceramiaceae (15%), Chondracanthus spp. (19%) e substrato vazio (15,5%) a superaram; no verão H. musciformis (8,17%) apresentou recobrimento muito menor que outras como Cladophora vagabunda (28,83%) e Ceramiaceae (19%) que não correspondem a seus hospedeiros usuais
  • Data de criação/publicação: 1998
  • Formato: 87 p.
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.