A
responsabilidade da escola na descolonização do conhecimento: encontrando os significados de \'transmissão cultural\' e de \'voz do sujeito\' para o nosso tempo
ABCD PBi
A
responsabilidade da escola na descolonização do conhecimento: encontrando os significados de \'transmissão cultural\' e de \'voz do sujeito\' para o nosso tempo
Autor:
Rocha, Maristela Do Nascimento
Orientador:
Gurgel, Ivã
Assuntos:
Wittgenstein
;
Descolonização
;
Papel Da Escola
;
Voz Do Sujeito
;
Transmissão Cultural
;
Wittgenstein
;
Subject'S Voice
;
Role Of School
;
Decolonization
;
Cultural Transmission
Descrição:
Esta tese enfrenta uma dificuldade tradicional da pesquisa em Educação, que é
a
de associar
a
cultura que já existe anteriormente ao sujeito e o seu direito de se apropriar dela de maneira não dogmática. Essa dificuldade tem sido acompanhada de dicotomias que nos levam ora
a
centralizar o currículo no sujeito - o que tende
a
suprimir o papel de transmissão cultural da escola -, ora no conhecimento como um fim em si mesmo, o que tende
a
silenciar
a
voz do sujeito. Ao identificar que as soluções propostas atualmente pelas filosofias liberais fazem uma falsa inclusão do sujeito, reivindicamos propostas que o incluam de fato - propostas éticas. Nossa principal hipótese é
a
de que este problema educacional carrega problemas filosóficos em torno do conceito de \'conhecimento\' e nos propomos
a
dissolvê-lo através da desnaturalização do que estamos acostumados
a
chamar de \'conhecimento\' e de uma posterior redefinição do papel fundamental da escola em diálogo com diferentes filosofias da educação. Para desnaturalizar o conhecimento, realizamos uma terapia wittgensteiniana da linguagem no contexto da física com o intuito de dissolver as dicotomias levantadas e de colher argumentos para o debate geral a respeito do papel da escola. A terapia é realizada através da análise pragmática da linguagem utilizada nos textos de Newton e das criações marginais feitas a partir de sua mecânica pelos físicos André Assis, Julio Garavito e Ernst Mach. Esta metodologia de trabalho reflete a própria natureza da dificuldade, que é a de associação entre \'universal\' e \'particular\'. O diálogo nos levou a redefinir o significado de \'transmissão cultural\' e de \'voz do sujeito\' de acordo com as necessidades do nosso tempo e com as limitações epistemológicas dos conteúdos que escolhemos para compor o currículo escolar, nos auxiliando a escapar a dificuldade inicial e a construir critérios éticos e epistemológicos para a redefinição do papel da escola. A partir dos novos significados, defendemos um papel fundamental da escola em nosso tempo: o de descolonizar o conhecimento. Em outras palavras, a escola, que muitas vezes é considerada como não responsável pela solução de problemas sociais, possui, sim, a grande responsabilidade na libertação das mentes colonizadas, e assim, a de auxiliar na retirada do conhecimento do controle de poucos através da desmistificação da imagem de mundo que o suporta. Essa tarefa só pode ser realizada pela escola pública, única instituição obrigatória para todos e que é consagrada por sua estreita conexão ao conhecimento.
DOI:
10.11606/T.81.2019.tde-03052019-160803
Editor:
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Ensino de Ciências (Física, Química e Biologia)
Data de criação/publicação:
2019-03-08
Formato:
Adobe PDF
Idioma:
Português