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Uma análise das práticas de ensino suplementar no contexto brasileiro

Galvão, Fernando Vizotto

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação 2022-03-17

Acesso online

  • Título:
    Uma análise das práticas de ensino suplementar no contexto brasileiro
  • Autor: Galvão, Fernando Vizotto
  • Orientador: Oliveira, Romualdo Luiz Portela de
  • Assuntos: Desigualdades Educacionais; Ensino Suplementar; Estratégias Educativas; Shadow Education; Educational Inequalities; Educational Strategies; Supplementary Education
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Um número crescente de pesquisas tem relatado o aumento da participação de crianças e jovens de diferentes contextos em atividades de ensino ofertadas fora do tempo dedicado ao ensino regular. Geralmente utilizando os termos shadow education ou private tuition, as pesquisas sobre o tema têm se dedicado a dimensionar e a caracterizar a participação de estudantes em atividades como cursos de idiomas, aulas particulares e cursos preparatórios para o vestibular (entre outras), ressaltando o impacto que essas atividades podem ter sobre a produção de desigualdades educacionais. Procurando dialogar com a literatura internacional sobre shadow education e tendo por base elementos da teoria bourdieusiana, esta tese tem como objetivo analisar a participação de estudantes brasileiros em atividades de ensino suplementar (ou extraescolares). A seguinte questão norteia a pesquisa: as atividades de ensino suplementar têm atuado no sentido de conferir vantagens educacionais a estudantes já privilegiados? Tendo por base os dados do Enem de 2014 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017-2018 do IBGE, a primeira parte da pesquisa procura mapear a participação de jovens brasileiros em atividades suplementares, explorando tanto os fatores associados à participação em diferentes cursos quanto as associações entre a participação em cursos e o desempenho em testes. Os resultados obtidos nessa parte indicam que a participação em atividades suplementares é desigualmente distribuída entre os indivíduos, sendo os cursos de idiomas e os preparatórios para o vestibular acessados com maior probabilidade por pessoas que contam com maior renda familiar e cujos pais contam com maior escolaridade. Além disso, nota-se que a posse de recursos econômicos e os anos de estudo dos pais afetam de diferentes formas as chances de participação em diferentes tipos de cursos. Também foi possível identificar que a participação em determinados cursos afeta o desempenho dos estudantes no Enem. Dessa forma, tudo indica que a participação em cursos, concentrada entre indivíduos relativamente privilegiados, tende a atuar no sentido de aumentar distâncias educacionais entre pessoas que ocupam posições diferentes no espaço social. Em um segundo movimento de pesquisa, que teve por base a realização de entrevistas, procuro captar como jovens egressos do ensino médio percebem, em suas trajetórias, as participações e as ausências em diferentes tipos de atividades suplementares. Entre outras coisas, foi possível notar que estudantes que contam com melhores condições de vida têm maior liberdade de escolha em relação à participação em atividades suplementares, principalmente por terem condições de pagar por elas. Contudo, as falas revelam diferentes tipos de restrições, no que diz respeito à participação em cursos, sendo recorrente a tensão entre os cursos que deveriam ser feitos, os que os jovens gostariam de fazer e os que não deveriam ser feitos. Nesse sentido, as restrições à participação em cursos relacionadas ao sexo dos jovens foram frequentes. Entre as diversas questões e possibilidades de análise que as entrevistas suscitam, destaca-se a percepção positiva que os jovens têm acerca da existência de atividades suplementares. De forma geral, essas atividades foram entendidas como algo necessário, como uma via importante para realização, para autoconhecimento, para conformação de identidades. Entre os que puderam frequentar uma diversidade de atividades, os sentidos atribuídos a elas parecem estar relacionados ao que puderam experienciar. Por outro lado, entre os que quase não puderam frequentar cursos ou aulas suplementares, os significados atribuídos a essas atividades parecem ter por base sentidos socialmente difundidos acerca de suas vantagens e importância, o que se traduz em frustração por não poderem ter frequentado os cursos que gostariam.
  • DOI: 10.11606/T.48.2022.tde-17052022-135747
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2022-03-17
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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