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Corpo, mente e coração: saúde mental de mulheres muçulmanas brasileiras

Paiva, Camila Motta

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto 2023-01-31

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Corpo, mente e coração: saúde mental de mulheres muçulmanas brasileiras
  • Autor: Paiva, Camila Motta
  • Orientador: Barbosa, Francirosy Campos
  • Assuntos: Islã; Mulheres Muçulmanas; Saúde Mental; Sofrimento; Islam; Mental Health; Muslim Women; Suffering
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: A religião é uma das formas mais tradicionais de explicar o mundo e dar sentido aos fenômenos da vida, incluindo os processos relativos à saúde e à doença. Apesar de sua centralidade, esta relação foi por muito tempo tomada como problemática pela Psicologia e por outras áreas adjacentes e, de forma geral, ainda hoje menor atenção é dada à religião nas pesquisas psicológicas sobre saúde mental. Em trabalho acadêmico anterior, constatou-se que experiências de sofrimento levam algumas mulheres a buscar novas concepções de mundo no sistema simbólico islâmico e que, após a reversão, esse sofrimento vai sendo (re)significado por meio das regras e rituais religiosos, visto que o Islã é entendido como um código de conduta que rege todas as áreas da vida de seus seguidores. Como se trata de uma religião prescritiva, cujas regras são entendidas como vindas de Deus para garantir a felicidade, a satisfação e a saúde dos seres humanos, supõe-se que a religião gera uma série de efeitos sobre a saúde mental de muçulmanos e muçulmanas. Por um lado, por ser uma religião minoritária, ainda cercada de estereótipos e preconceitos, é escassa a literatura sobre Islã e saúde mental no panorama acadêmico nacional. Por outro, discutir abertamente o tema é uma demanda entendida pelos-as próprios-as muçulmanos-as como necessária. Assim, o objetivo desta pesquisa é o de compreender as concepções e as experiências de mulheres muçulmanas brasileiras em relação à saúde mental. Para alcançar este entendimento, adotou-se para este estudo o método clínico-qualitativo. A primeira etapa da pesquisa envolveu a presença da pesquisadora em campo islâmico para apreender os discursos religiosos que ali circulavam sobre saúde, doença e sofrimento. Em fase posterior, para aprofundar o tema junto ao grupo de interesse, foram realizadas nove entrevistas abertas com mulheres muçulmanas brasileiras, além de entrevistas complementares com um sheikh, líder religioso islâmico, e com uma profissional de saúde mental que faz parte da comunidade muçulmana. Devido à pandemia de Covid-19, todas as interlocuções aconteceram em ambiente digital, por meio de plataformas como Google Meet, Skype e WhatsApp. Visto que os fenômenos estudados são complexos e demandam olhares ampliados, os dados foram analisados à luz de referenciais psicológicos, psicanalíticos e antropológicos, bem como de seus diálogos com os saberes tradicionais islâmicos. Os dados obtidos foram distribuídos ao redor de três eixos principais, cada qual agrupando um conjunto distinto de sentidos sobre a saúde mental, a saber: (a) a visão biomédica: sintomatologia, diagnósticos e intervenções; (b) a espiritualidade e a religiosidade como fontes de cuidado; (c) a dimensão sociopolítica do sofrimento. Além da religião, as interlocutoras acionaram outros marcadores que se interseccionam a ela, como raça, gênero e classe. Dessa maneira, trouxeram matizes ao tema, sinalizando como a saúde mental é ressignificada no Islã, pelo Islã e para além do Islã, e permitindo traçar um panorama que coloca em evidência quais são as questões mais urgentes que estão se manifestando dentro das comunidades muçulmanas no Brasil.
  • DOI: 10.11606/T.59.2023.tde-10032023-075246
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2023-01-31
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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