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Estudos quantitativos da psicologia das cores: Saliências mentais, preferência por termos básicos e composições complexas

Gaddi C. M.

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia 2023-07-04

Acesso online

  • Título:
    Estudos quantitativos da psicologia das cores: Saliências mentais, preferência por termos básicos e composições complexas
  • Autor: Gaddi C. M.
  • Orientador: Costa, Marcelo Fernandes da; Santana, Cláudia Feitosa
  • Assuntos: Saliência Mental; Preferência De Cor; Lei Do Julgamento Comparativo; Escala Psicofísica Intervalar; Distribuição Colorimétrica; Law Of Comparative Judgment; Mental Saliency; Colorimetric Distribution; Psychophysical Interval Scale; Color Preference
  • Descrição: Essa tese tem como objetivo estudar diferentes aspectos psicológicos sobre a cor: quais são as cores mais salientes mentalmente; qual a preferência pessoal das cores mais salientes; como se dá a distribuição colorimétrica dos graffiti urbanos da cidade de São Paulo, Brasil; qual a preferência por diferentes configurações colorimétricas dos graffiti. A abordagem psicofísica utilizada para quantificar esses atributos mentais permitiu a construção de escalas intervalares, onde as distâncias entre os pontos são dadas em unidades de desvio padrão, proporcionando um acesso em nível quantitativo à informação, fácil de ser usada em diferentes grupos onde comparações são desejadas. Cento e trinta e oito adultos (idade média = 22,7; DP = 1,9) e duzentas e vinte e cinco crianças (idade média = 8,9; DP = 2,3) concluíram uma tarefa que consistiu em escrever uma lista de nomes de cores que possuíssem apenas um termo. Para crianças em início de alfabetização, o teste foi realizado oralmente, e o pesquisador anotava as respostas. Os dados foram analisados usando o Método do Ranqueamento de Thurstone, o que permitiu aplicar sua Lei do Julgamento Comparativo para a criação de uma escala intervalar onde as distâncias dos pontos medidos são representadas em unidades de desvio padrão da amostra. Para adultos, o termo da cor mais saliente foi azul e a menos, violeta, com 3,51 unidades entre elas. Para crianças, esses dois termos se encontram a 3,67 unidades. Diferenças significantes entre adultos e crianças ocorreram para branco, marrom, rosa, laranja, cinza e violeta. Em um segundo estudo, verificou-se possíveis relações entre os termos das cores mais salientes encontrados em adultos e crianças no estudo anterior com suas respectivas preferências, usando a mesma abordagem metodológica psicofísica. Trezentos adultos concluíram um teste na internet (idade média = 30 anos; DP = 1,02), e cinquenta e duas crianças concluíram o mesmo teste presencialmente (23 com 6 anos de idade; 29 com 7 anos 32 meninas). A tarefa consistiu em ordenar as oito cores mais salientes, exibidas em quadrados, cada um preenchido com uma única cor, na tela de computador, de acordo com a preferência pessoal. Com exceção do vermelho, todas obtiveram valores similares nos dois grupos, indicando uma tendência global em preferir azul e evitar marrom, e esse comportamento é mantido durante a vida. Embora algumas similaridades entre os conceitos mais salientes das cores com suas respectivas preferências foram observados, a baixa significância estatística indica que a preferência pessoal não exerce muito impacto no aprendizado dos termos de cor, e provavelmente está relacionada a outros fatores, como contexto e cultura. Para estudar a preferência por composições colorimétricas complexas, investigou-se o uso das cores dos graffiti urbanos da cidade de São Paulo, Brasil, caracterizando-os quantitativamente pela estrutura cromática, a fim de realizar comparações com pinturas tradicionais de museus e fotografias de cenas naturais encontradas previamente na literatura científica. Duzentos e vinte e oito fotografias de graffiti foram coletadas na cidade de São Paulo, Brasil. Suas cores foram representadas no espaço de cor CIELAB e caracterizadas por diferentes parâmetros estatísticos. Foram encontradas diversas similaridades com as pinturas tradicionais, em particular, ambos os estilos possuem maior distribuição ao longo do eixo azul-amarelo, sugerindo uma tendência em mimetizar a distribuição colorimétrica geralmente encontrada na natureza. Os graffiti obtiveram uma área do gamut consideravelmente maior que as pinturas tradicionais, o que foi explicado por uma análise dos pigmentos sintéticos modernos usados por esse estilo artístico, que são mais puros do que os pigmentos tradicionais de pinturas a óleo. Um maior espalhamento na curva do ângulo de orientação do gamut, em comparação com pinturas tradicionais, também foi encontrado, o que indica que os artistas urbanos fazem uso das cores com maior liberdade, produzindo composições menos engessadas que as pinturas tradicionais. Para verificar se existe uma tendência em preferir a configuração cromática original dos graffiti, foi realizado um teste na internet, utilizando quatro fotografias dos graffiti. Como critério de seleção, duas fotografias foram de graffiti com ângulos de orientação do gamut raramente encontrada na natureza, e as outras duas com os ângulos mais comuns. Cada fotografia teve seu ângulo do gamut rotacionado no espaço de cor CIELAB em intervalos de 40°, sendo três no sentido horário e três no sentido anti-horário, totalizando seis condições, mais a original. Essa modificação permite alterar as cores preservando as mesmas proporções, saturação e brilho. Cento e oitenta e nove voluntários (idade média = 24; DP = 1,6) concluíram um procedimento na internet, através de uma rotina 2AFC dividida espacialmente, onde dever-se-ia escolher a condição preferida. Foi utilizada a Lei do Julgamento Comparativo para a construção da escala intervalar para cada um dos graffiti. Os resultados generalizam estudos anteriores similares realizados com pinturas tradicionais, revelando que a composição colorimétrica original é a mais preferida, e que quando essa distribuição é próxima da distribuição geralmente encontrada na natureza, o efeito se torna mais evidente. Espera-se que esse trabalho sirva para encorajar estudos formais na psicologia das cores, através da utilização de metodologias científicas que tenham como base a fisiologia da visão humana, bem como na realização de manipulações digitais adequadas, obedecendo limites de discriminação de cor e espaços de cor dentro da reprodução dos monitores atuais, e no uso de escalas quantitativas com origens na psicofísica, permitindo comparar essas modalidades em um mesmo continuum dimensional, contribuindo para o entendimento de como a informação perceptual é representada psicologicamente.
  • DOI: 10.11606/T.47.2023.tde-10102023-153911
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia
  • Data de criação/publicação: 2023-07-04
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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