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Avaliação da participação do sistema endocanabinoide na memória de extinção do medo condicionado em camundongos

Werworn, Larissa Fernanda Matias

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto 2022-08-25

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Avaliação da participação do sistema endocanabinoide na memória de extinção do medo condicionado em camundongos
  • Autor: Werworn, Larissa Fernanda Matias
  • Orientador: Lisboa, Sabrina Francesca de Souza
  • Assuntos: Endocanabinoides; Medo Condicionado Contextual; Memórias De Medo; Contextual Fear Conditioning; Endocannabinoids; Fear Memories
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), uma doença psiquiátrica debilitante, pode se desenvolver após exposição a eventos traumáticos. Os tratamentos aprovados possuem baixa eficácia, longa latência para ação e inúmeros efeitos adversos. Portanto, estudos sobre os mecanismos envolvidos no TEPT são importantes para prover novas perspectivas terapêuticas com mais eficácia. Dentre inúmeros sistemas possivelmente envolvidos na fisiopatologia do TEPT está o endocanabinoide (eCB). Inicialmente, o presente projeto testaria a hipótese de que uma disfunção na sinalização eCB induzida pelo estresse de derrota social repetida (EDSR) estaria envolvida em alterações comportamentais relacionadas ao TEPT. Para isso, foram realizados experimentos para padronização dos protocolos de EDSR e de medo condicionado contextual (MCC), empregando diferentes testes comportamentais após o estresse (Estudo 1). Para realização do EDSR, um camundongo CD-1 foi introduzido na caixa-moradia dos camundongos C57Bl/6 a fim de causar perturbações na hierarquia social e ataques físicos nos animais residentes (6 dias consecutivos, 2h por dia). Em um dos experimentos, a AA-5HT (antagonista TRPV1 e inibidor da FAAH; 0,1, 0,3 e 1,0 mg/kg, i.p.) foi administrada 1 hora antes de cada sessão de estresse. Após uma semana, o protocolo de MCC foi realizado. Os animais foram colocados em uma caixa de condicionamento por 7 minutos e 30 segundos, onde receberam 3 choques elétricos (0,75mA, 2 s cada), randômicos, nas patas. Após 24h, foram reexpostos à caixa, sem choques, por 20 minutos (sessão de evocação e aquisição de extinção; Dia 2). Após outras 24h, foram novamente reexpostos à caixa (10 minutos) para a evocação da memória de extinção (Dia 3). Foi observado que o protocolo de EDSR não induziu efeito ansiogênico consistente ou déficits de extinção da memória de MCC, conforme esperado e previamente reportado. No experimento com a AA-5HT, embora o EDSR também não tenha induzido alterações no MCC, os efeitos da droga são inconclusivos devido ao baixo número de animais utilizado. Devido à ineficácia do estresse e ao fato do protocolo de MCC produzir resultados consistentes, o objetivo do trabalho foi alterado, e passou a ser testar a hipótese de que os receptores CB2 modulariam a extinção do MCC. Para isso, no protocolo de MCC explicado acima, um agonista de receptores CB2 (JWH133) e um antagonista/agonista inverso CB2 (AM630), ambos nas doses de 0,5, 1,0, 2,0 ou 4,0 mg/kg, i.p., foram administrados 30 minutos antes da reexposição à caixa no Dia 2. O JWH133 (2,0 mg/kg) facilitou a aquisição da extinção sem, no entanto, interferir na evocação desta memória, ao menos a curto prazo. O AM630 (2,0 mg/kg) também apresentou um possível e discreto efeito facilitador da extinção (Dia 2). Uma possibilidade poderia ser por ação dos eCBs em CB1, portanto foi feita a administração de dose inefetiva de AM251 30 minutos antes do AM630. Não foi observado o efeito esperado. Considerando a importância dos eCBs em situações mais aversivas, realizou-se um experimento com protocolo de choques mais intensos (3x1,5 mA, 2s) com o JWH133 (2,0 e 4,0 mg/kg). O JWH133 (2,0 mg/kg) apresentou efeito facilitador mais robusto na aquisição da memória de extinção, sem interferir na evocação desta memória. Já a maior dose (4,0 mg/kg) não interferiu na aquisição da memória de extinção, mas prejudicou a evocação desta memória no dia seguinte, evidenciado uma resposta dual. Estes resultados sugerem que os receptores CB2 podem estar envolvidos no processo de extinção do MCC, mas de forma complexa, provavelmente envolvendo equilíbrio de ação dos eCBs em diferentes receptores e em receptores com diferentes localizações celulares. Mais estudos, portanto, são necessários para elucidar estas questões.
  • DOI: 10.11606/D.60.2022.tde-25082023-094452
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2022-08-25
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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