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Imunoglobulinas glicosiladas do colostro bovino e do eqüino isolamento, caracterização e resistência à digestão péptica

Ana Carolina Rusca Correa Porto Maria Cristina Roque Antunes Barreira

2005

Localização: FMRP - Fac. Medicina de Ribeirão Preto    (Porto, Ana Carolina R. Correa )(Acessar)

  • Título:
    Imunoglobulinas glicosiladas do colostro bovino e do eqüino isolamento, caracterização e resistência à digestão péptica
  • Autor: Ana Carolina Rusca Correa Porto
  • Maria Cristina Roque Antunes Barreira
  • Assuntos: IMUNOGLOBULINAS; DIGESTÃO (RESISTÊNCIA); ALEITAMENTO ANIMAL (SECREÇÃO)
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: A ingestão de colostro é o processo natural mais significativo para conferir proteção imunitária eficaz a bezerros e potros na fase inicial de vida. Isso se justifica pelo fato de que esses animais nascem agamaglobulinêmicos, em decorrência da total falta de passagem transplacentária de moléculas de imunoglobulinas, tornando a proteção de recém-nascidos contra patógenos dependente de anticorpos passivamente transferidos pelo colostro. Por muitas razões animais neonatos podem ser privados da ingestão do colostro, tais como a falta de produção de colostro pela mãe e a incapacidade do neonato de levantar para mamar. Na condição de privação do aleitamento, o neonato fica totalmente suscetível a infecções. Preparações alternativas ao colostro natural são alvo de investigações que, entretanto, não chegaram à meta de obtenção de formulação que seja absorvida adequadamente e cuja ingestão mimetize a natural. Jacalina, lectina de Artocarpus integrifolia, foi descrita como ferramenta útil no isolamento de imunoglobulinas contidas no colostro humano. Essa propriedade é atribuível ao fato da lectina se ligar a glicanas associadas a tais moléculas de anticorpos, glicanas que incluem resíduos galactose e N-acetilgalactosamina (GaINac), interligados nas posições ß1-3. Esse dissacarídeo constitui o core de O-glicanas. A presença de O-glicanas na região de dobradiça de imunoglobulinas secretórias atribui-se o fato desses anticorpos resistirem à hidrólise por enzimas do trato
    gastrointestinal. Supondo que O-glicanas possam estar presentes em imunoglobulinas do colostro de diversos mamíferos, decidimos investigar a aplicação de jacalina imobilizada em matriz de agarose no isolamento de imunoglobulinas dos colostros bovino e eqüino. A classe de imunoglobulina isolada por cromatografia de afinidade em coluna de agarose-jacalina a partir do colostro das duas espécies estudadas não foi IgA, como no colostro humano, e sim IgG. Essa ) é a classe de imunoglobulinas bovinas e eqüinas que mais se assemelha à IgA 1 humana, por conter O-glicanas apenas na cadeia pesada. Os resultados demonstram que o colostro bovino apresenta uma concentração muito maior de imunoglobulinas O-glicosiladas do que o colostro eqüino. As moléculas de IgG contidas em ambas frações cromatográficas foram analisadas por SDS-PAGE, immunoblot e espectrometria de massa (MS), após a digestão por pepsina. As primeiras abordagens permitiram demonstrar que as moléculas de,lgG O-glicosilada do colostro bovino, que se ligaram à jacalina imobilizada e foram eluídas com solução de D-galactose, mostraram-se mais resistentes à digestão por pepsina do que as moléculas de IgG que não contém tais glicanas e que, portanto, não se ligaram à resina. A última abordagem (MS) demonstrou que a IgG O-glicosilada contida na fração ligante de jacalina se mantém resistente à hidrólise péptica, mesmo quando submetida a processo de 24 horas de incubação com a enzima. Por fim, a análise dos
    peptídeos trípticos evidenciou que as cadeias polipeptídicas da IgG 0- glicosilada e da IgG que não contém O-glicanas, são similares, indicando que a diferença de suscetibilidade à ação da enzima relacione-se à presença de O-glicanas nessas cadeias. Em contraposição à IgG bovina, a IgG eqüina ligante de jacalina não apresentou resistência à ação enzimática. Na verdade, a IgG contida na fração não retida na coluna foi claramente mais resistente à digestão péptica. A diferença de suscetibilidades entre as frações ligantes, ou não, de jacalina não é atribuível a distinções entre suas cadeias polipeptídicas, já que elas proporcionaram mapa tríptico similar, na análise por MS. Por outro lado a N-deglicosilação enzimática da IgG eqüina não absorvida à coluna de jacalina tornou a molécula suscetível à digestão péptica mostrando que, no caso da IgG eqüina, a resistência à digestão relacione-se à presença ) de oligossacarídeos N-ligados ao esqueleto protéico da IgG. Uma vez que essa IgG é amplamente majoritária no colostro eqüino, não há interesse em obter preparações enriquecidas de tais glicoformas de anticorpos. O presente trabalho permite concluir que a IgG ligante de jacalina proveniente do soro lácteo bovino possa ser utilizada na imunoterapia de bezerros neonatos privados da ingestão de colostro. Já a imunoterapia de potros não aleitados não requer a utilização de preparações especialmente enriquecidas de glicoformas particulares de imunoglobulinas
  • Data de criação/publicação: 2005
  • Formato: 123 p.
  • Idioma: Português

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