skip to main content

Desordem e retrocesso: os discursos científicos e cientificistas acerca da Guerra de Canudos na imprensa

Ribeiro, Ester Sanches

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Artes, Ciências e Humanidades 2015-10-09

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Desordem e retrocesso: os discursos científicos e cientificistas acerca da Guerra de Canudos na imprensa
  • Autor: Ribeiro, Ester Sanches
  • Orientador: Haddad, Thomás Augusto Santoro
  • Assuntos: Discursos Científicos E Cientificistas; Guerra De Canudos; Imprensa; Canudos War; Periodical Press; Scientific And Scientistic Discourses
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: A Guerra de Canudos ocorreu no sertão baiano, entre novembro de 1896 e outubro de 1897, figurando como um dos episódios mais sangrentos da história do Brasil. Ao mesmo tempo em que se desenrolava a tragédia, o País estava se urbanizando, industrializando-se, e, em certo sentido, modernizando-se. Interessava às elites que o Brasil adentrasse o quanto antes no que viam como a marcha do progresso e se configurasse como nação moderna, com uma identidade assentada em valores ocidentais. A comunidade de Canudos, percebida na contramão desses valores, significava uma ameaça ao poder local e ao poder republicano. Essa cidadela se organizava a partir de uma divisão social do trabalho que não se baseava na exploração. Também, esses sertanejos praticavam a religião cristã reinterpretada; concebiam Antônio Conselheiro como um salvador que lhes dava esperanças de uma vida melhor na terra e nos céus. O modo de vida canudense era apresentado, nos jornais da época, como uma vergonha para a civilização e uma ameaça â nação brasileira, amplificando boatos que acusavam Canudos de ser um reduto monarquista. A reação a o Conselheiro e a seus seguidores foi tanto material quanto discursiva: foram organizadas quatro campanhas que destruíram o arraial de Canudos, e circularam na imprensa e nos espaços públicos discursos que caluniavam os sertanejos e os tratavam como bandidos, incivilizados, atrasados e retrógrados. Nossa intenção, nesta dissertação, é apresentar os discursos que possuíam uma natureza cientificista que, a partir de conceitos evolucionistas e positivistas, contribuíram para a campanha que apresentava os conselheiristas como elementos de desordem e de retrocesso e representavam a instituição republicana como o fundamento da constituição do Brasil em uma nação moderna, promotora da ordem e do progresso e, sobretudo, civilizada. Para isso, analisamos textos que circularam no jornal O Estado de S. Paulo, apresentando os discursos científicos e cientificistas os quais visavam representar e interpretar a Guerra de Canudos. Há um destaque para os artigos de Euclides da Cunha, publicados sob o título de Diario de uma expedição. Oferecemos, também, um breve estudo da imprensa de fins do século XIX, das principais fontes dos discursos cientificistas (positivismo e evolucionismos) e do papel da ciência no contexto de modernização do Brasil. A situação do sertão, onde houve secas devastadoras, movimentos messiânicos e resistência à ordem social e moral imposta pelas elites locais, também é apresentada. Os principais resultados deste trabalho identificam o uso de discursos científicos e cientificistas em notícias, reportagens e artigos publicados na imprensa, que contribuíram para a construção da opinião pública que se posicionou, de modo geral, em favor do governo republicano e contra os sertanejos
  • DOI: 10.11606/D.100.2016.tde-24032016-163224
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Artes, Ciências e Humanidades
  • Data de criação/publicação: 2015-10-09
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.