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Congressos da branquitude: um estudo sobre a representação sociorracial no ensino superior brasileiro

Ribeiro, Samuel Dias

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2023-11-28

Acesso online

  • Título:
    Congressos da branquitude: um estudo sobre a representação sociorracial no ensino superior brasileiro
  • Autor: Ribeiro, Samuel Dias
  • Orientador: Reis, Diego dos Santos
  • Assuntos: Branquitude; Branquitude Acadêmica; Dispositivo De Racialidade; Representação Social; Relações Étnico-Raciais; Academic Whiteness; Social Representation; Raciality Device; Ethnic-Racial Relations; Whiteness
  • Descrição: Entre 2020 e 2023, acompanhamos 11 eventos acadêmicos virtuais realizados por universidades públicas brasileiras e 1 evento da categoria profissional de Assistentes Social e colhemos dados sobre a racialidade e o gênero das e dos docentes e profissionais participantes, objetivando observar as interações acadêmicas materializadas nos eventos e analisá-las em termos étnico-raciais, tendo como paradigmas os conceitos de dispositivo de racialidade (Carneiro, 2005), e branquitude acadêmica (Cardoso, 2020). A pesquisa faz um registro histórico-imagético de como as universidades brasileiras alimentam e consolidam o imaginário coletivo do branco inteligente. O trabalho capta o dispositivo de racialidade funcionando para cristalizar a ideia comum e racista de que pessoas brancas possuem uma inclinação quase inata para o sucesso intelectual. A branquitude seria o \"cérebro da humanidade\". O que corresponde dizer que as universidades brasileiras congregam muitos dos benefícios usufruídos pela branquitude através de práticas institucionais, oficiais ou não, que criam, consolidam, ampliam e propagam privilégios socioculturais simbólicos, concretos e econômicos, fermentados pela pertença à racialidade branca. Trata-se de analisar como a identidade branca foi criada e consolidada através de ferramentas/dispositivos para sua preservação no decorrer da história da educação brasileira, isto é, como a visibilidade constrói uma sólida ideia da branquitude como autoridade epistemológica. A pesquisa nos permitiu chegar a algumas conclusões. As universidades públicas brasileiras exercem o \"controle dos rostos\" (Sodré, 2015), para que pessoas brancas sejam os/as representantes sociais da intelectualidade científica nas instituições, servindo como instrumento de manutenção dos benefícios socioculturais, políticos e econômicos para a branquitude. Encontramos uma representação social da intelectualidade exclusivamente branca e a sua hiper representação como pilar sustentando-a como símbolo de autoridade e poder, pois dos 12 eventos a média de pessoas brancas foi de 69%. Foi possível verificar que a representatividade de gênero, por sua vez, avançou no interior das universidades brasileiras, mas ainda persiste o preterimento das mulheres negras nos lugares de representação de poder. Evidenciou-se as características da branquitude acadêmica, o modo de organização e seu comportamento quando essas bases são levemente abaladas, a exemplo do estabelecimento de cotas sociorraciais. Concluiu-se que não houve alteração significativa nas universidades públicas em termos de diversidade étnico-racial de seus docentes e não se vislumbrou movimentos internos com vistas a alterar este quadro
  • DOI: 10.11606/D.8.2023.tde-26042024-115554
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2023-11-28
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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