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Interfaces entre produção de saúde e coordenação do cuidado: perspectiva da psicodinâmica do trabalho na compreensão do trabalhar de médicos inseridos em um hospital universitário - São Paulo, Brasil

Barros, Juliana De Oliveira

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina 2016-02-17

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Interfaces entre produção de saúde e coordenação do cuidado: perspectiva da psicodinâmica do trabalho na compreensão do trabalhar de médicos inseridos em um hospital universitário - São Paulo, Brasil
  • Autor: Barros, Juliana De Oliveira
  • Orientador: Lancman, Selma
  • Assuntos: Diretores Médicos; Psicodinâmica; Recursos Humanos; Instituições De Saúde; Saúde Do Trabalhador; Saúde Mental; Trabalho; Gestão Em Saúde; Política De Cooperação; Psychodynamic; Policy Compliance; Physician Executives; Occupational Health; Mental Health; Human Resources; Health Management; Health Facilities; Work
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: INTRODUÇÃO: Com base no referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho, compreende-se que a construção da subjetividade e, consequentemente, da identidade e da saúde mental dos sujeitos adultos têm no trabalho lugar central. OBJETIVO: Evidenciar componentes da organização do trabalho que possam favorecer a produção da saúde, a construção e o fortalecimento da identidade de sujeitos singulares e coletivos profissionais, a partir da compreensão de uma situação especifica de trabalho. METODOLOGIA: Trata-se de estudo de caso de caráter exploratório. Foi desenvolvido com um grupo de médicos inseridos no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, cujo trabalhar é atravessado pela coordenação de equipes e/ ou ações de cuidado. Realizou-se 14 entrevistas semi-estruturadas entre os meses de setembro de 2013 e abril de 2014, organizadas em duas fases. Da primeira, participaram sete médicos que ocupavam cargos de gestão. Puderam auxiliar na compreensão do organograma geral da instituição, do fluxo e da organização do trabalho médico. Da segunda fase, participaram sete médicos que, além de assistentes, atuavam como chefes de plantão. Pela importância das ações desenvolvidas por estes profissionais na dinâmica hospitalar e pela disponibilidade em participar do estudo, constituíram-se como a população alvo do mesmo. Adotou-se a postura fenomenológico hermenêutica para interpretação dos achados. Caracterizou-se o trabalhar e a identidade profissional desses sujeitos a partir de quatro eixos: conteúdo do trabalho; recursos disponíveis para realização das atividades previstas; trajetória para chegada nessa função e; experiências de sofrimento e prazer no trabalho. RESULTADOS: Semanalmente, por 12 horas consecutivas, os médicos chefes de plantão respondem por questões administrativas, representando a diretoria do hospital frente aos trabalhadores e usuários do serviço. Baseados em aspectos técnicos, nas regras institucionais e do trabalho tomam, simultaneamente, decisões clínicas no que se refere à possibilidade de acolhimento do conjunto de sujeitos que procura o hospital. Objetivam, ao máximo, manter a regularidade e a continuidade do funcionamento institucional e melhorar a resolutividade do atendimento prestado. Todos os recursos materiais e humanos da instituição são aliados quando das tomadas de decisão, mesmo se feitas de forma individual. Foram convidados pela diretoria do hospital a desempenharem essa função, a partir da identificação de certas características pessoais e profissionais. Dentre todas as atividades desenvolvidas, ocupar-se da gestão regulatória dos leitos hospitalares frequentemente os coloca diante de situações de impotência. DISCUSSÃO: Os chefes de plantão são profissionais que transitam entre o fazer clínico e a coordenação de situações e pessoas. Evidencia-se a importância do julgamento de utilidade técnica e social emitido, sobretudo, por aqueles que compõem a base da linha hierárquica organizacional, ao terem sua autoridade fundada nas competências profissionais e na qualidade das arbitragens que realizam. O reconhecimento, enquanto retribuição de natureza simbólica, parece impulsionar a construção de soluções criativas face às dificuldades encontradas no trabalho. Ressalta ainda o lugar do outro no movimento de conquista da própria identidade. Encontram-se diante de um cenário no qual, além de serem beneficiários, fomentam processos de cooperação a partir do modo como fazem a gestão. Os anos de trabalho compartilhado entre as mesmas equipes e a ética do cuidado em saúde, parecem sustentar esta dinâmica. CONCLUSÕES: Compreende-se que a cooperação e o reconhecimento são aspectos importantes quando se trata da produção da saúde mental e da prevenção de situações de adoecimento no trabalho. São ainda decisivos para a conquista da emancipação pela via do trabalho. Entender as condições que tornam possível a existência deles no seio das instituições é fundamental para aqueles que desejam aliar a produção de bens ou serviços à produção da saúde dos trabalhadores
  • DOI: 10.11606/T.5.2016.tde-02052016-104008
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina
  • Data de criação/publicação: 2016-02-17
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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